Minha Esposa Muda romance Capítulo 655

Flavia chorava desconsoladamente, incapaz de contra-argumentar.

Marcelo disse que ela merecia morrer, e se merecia, ela havia esquecido até de seus pais, como não mereceria...

Marcelo observou-a sentada no chão, chorando de tristeza, enquanto um sorriso sarcástico se formava em seus lábios.

Thales, não se sabia bem quando, aproximou-se, inclinou-se para levantar Flavia do chão e, olhando para Marcelo com as sobrancelhas levemente franzidas, pareceu descontente por ele ter feito Flavia chorar.

"Você está doente?"

Marcelo deu de ombros, com uma atitude indiferente: "Eu não disse nada."

E acrescentou: "De qualquer forma, ela vai esquecer em breve, não importa."

Depois de dizer isso, ele virou-se e saiu do cemitério.

O céu estava escurecendo, e sua figura desaparecia lentamente entre os túmulos, até desaparecer completamente.

Flavia, abraçada a Thales, chorava convulsivamente.

Num momento, ela estava alegremente passeando por um mar de flores, no momento seguinte, tornou-se uma órfã no verdadeiro sentido da palavra, sem mais nada.

Agora ela realmente só tinha Thales.

Ela o abraçou apertado, como se agarrasse a uma pessoa de salvação.

Se até Thales a abandonasse um dia, ela realmente não teria mais nada, afinal, até agora, todas as memórias que tinha circulavam ao redor dele.

Ele era tudo em sua vida.

Thales acariciava suas costas, murmurando confortadoramente: "Tudo bem, não chore mais, eu estou aqui, não é?"

Flavia levantou a cabeça, os olhos embaçados pelas lágrimas, olhando fixamente para Thales.

Um momento depois, ela gesticulou: Por favor, não me abandone.

Thales baixou o olhar para seus dedos, um lampejo passando por seus olhos.

Então, segurou o rosto de Flavia, dizendo baixinho: "Não vou, desde que você seja obediente, eu nunca te abandonarei."

O velho médico, que estava em casa celebrando o ano novo, foi chamado de volta ao hospital por Paulo, aparentemente descontente.

A primeira coisa que ele fez foi mandar Flavia fazer um raio-X.

Depois, conversou com Thales sobre a condição dela nos últimos tempos.

O médico ficou surpreso: "Você está dizendo que a memória dela está fixada nos dez anos de idade?"

Thales assentiu ligeiramente: "Sim."

"Por quanto tempo?"

Thales pensou por um momento: "Mais de meio mês, agora sua memória diária está normal, não como antes, que ela esquecia o dia anterior ao acordar."

A expressão do médico tornou-se preocupada: "Isso ainda é um caso novo para mim, vou precisar estudar isso."

"Eu só quero saber se sua memória continuará regredindo, ou sob quais condições isso pode acontecer?"