Minha Esposa Muda romance Capítulo 864

Cauã ainda mantinha a posição de quem acabara de disparar uma arma, com a mão esquerda apertando o pescoço dela. Em seu rosto, o pânico e a raiva ainda eram visíveis, com os olhos arregalados e cheios de fúria, mas aos poucos surgia um misto de incredulidade e desespero em seu olhar.

No pescoço de Cauã, havia uma ferida sangrando profusamente.

Os homens mascarados ao redor, ao verem a cena, entraram em desordem, tentando a todo custo encontrar suas armas.

Contudo, antes que conseguissem reagir, diversos tiros ecoaram da floresta, e um a um, os homens mascarados caíram ao chão.

Thales avançou rapidamente na direção de Flavia.

O reflexo dele podia ser visto nos olhos de Cauã, que lentamente esboçou um sorriso sombrio.

Com as últimas forças que lhe restavam, ele apertou o pescoço de Flavia e deu um passo para trás.

Os olhos de Thales se estreitaram.

Ele correu em sua direção, estendendo a mão para puxar Flavia, mas ao tocar seu braço, não conseguiu segurá-la.

Ele assistiu, impotente, enquanto Flavia era levada por Cauã para o precipício.

"Flavia!"

Quase no mesmo instante, Thales pulou atrás dela.

"Presidente Duarte!"

"Grande jovem mestre!"

Lucas e os outros emergiram da floresta, testemunhando Thales jogar-se do precipício.

Quando chegaram à beira do abismo, Thales já havia desaparecido.

Marcelo, segurando uma lanterna, olhou para o abismo, mas a escuridão impedia qualquer visão.

"É a segunda vez."

Marcelo disse essas palavras de forma inesperada.

Lucas, deitado na beira do penhasco, virou-se para Marcelo, "O quê?"

Com uma expressão complicada e a testa franzida, Marcelo continuou.

Era a segunda vez que Thales se jogava de um penhasco atrás de Flavia. Não, para ser preciso, era a terceira.

Ela olhou para a figura acima, que bloqueava a luz da lua, e as lágrimas deslizaram pelo canto de seus olhos.

Ela estendeu a mão, e a pessoa acima fez o mesmo.

Mas, apesar da curta distância entre eles, suas mãos não conseguiram se tocar.

O vento frio da montanha soprou, embaçando sua visão.

Os três caíram rapidamente, batendo nos galhos das árvores e, finalmente, no chão.

Por causa de Cauã atrás dela, que serviu como amortecedor, Flavia ainda sentia como se todos os seus órgãos estivessem prestes a se despedaçar.

Tudo escureceu diante de seus olhos, e ela sentiu o gosto de sangue subindo pela sua garganta.

Depois de cair, ela não parou, continuando a rolar pela encosta, o mundo girando ao seu redor.

Não sabendo quanto tempo havia passado, ela sentiu uma tontura e perdeu a consciência.

Mas antes de desmaiar, viu a pessoa que havia pulado atrás dela agarrar um galho. A força do impacto envergou e quebrou o galho, e então ele caiu no chão.

Ele rolou uma vez, jogou o galho, levantou-se e correu em direção a Flavia, agarrando-a firmemente e protegendo-a enquanto continuavam a rolar colina abaixo.