Minha Esposa Muda romance Capítulo 866

Flávia apenas observava-o.

Estranho, familiar.

Um olhar estranho e ao mesmo tempo familiar.

Thales forçou um sorriso, "Você..."

Ele permaneceu em silêncio por um longo tempo, até finalmente falar com fraqueza, "Você se lembrou?"

Flávia desviou o olhar, olhando para outro lugar.

Ela respondeu à pergunta dele com sua ação.

As pálpebras de Thales se abaixaram enquanto ele também olhava para outra direção.

Entre eles, o silêncio se instalou, e sem que percebessem, até os pássaros sobre suas cabeças haviam se calado.

Era mais silencioso do que quando ele estava inconsciente, como se até o ar estivesse em silêncio.

Não se sabe quanto tempo passou antes de Thales olhar novamente para ela, "O quanto você se lembrou?"

Flávia pressionou os lábios, mantendo-se em silêncio.

Thales estendeu a mão lentamente, querendo segurar a dela. Antes que pudesse tocá-la, Flávia subitamente retirou sua mão.

"Vocês, todos, me enganaram."

Thales ficou ligeiramente surpreso, olhando abruptamente para ela.

Flávia baixou os olhos, lágrimas acumulando-se neles, enquanto olhava para suas próprias mãos, as lágrimas caindo sobre o dorso da mão.

Thales moveu os lábios, mas acabou não dizendo nada.

Uma brisa fresca soprou, levantando os cabelos ao lado da orelha de Flávia.

Ela subitamente se levantou, cambaleando para longe.

Thales assistiu à sua partida, tentando se levantar para segui-la, mas uma onda de tontura o atingiu, forçando-o a se sentar novamente com fraqueza.

Ele segurou o peito, fixando o olhar naquela figura distante, uma expressão de dor passando por seu rosto.

Flávia pegou um galho de árvore, apoiando-se nele, cambaleando para longe.

O lugar para onde ela se dirigia era muito iluminado, e em meio à luz difusa, Thales a viu se afastando cada vez mais.

Como se ela desaparecesse com a luz.

Thales fechou os olhos, encostando-se ao tronco da árvore, um amargo sorriso surgindo em seus lábios.

Flávia: Eu me lembrei, não é apenas isso.

Thales com os olhos cintilantes, "O que mais?"

Flávia: Eu me lembrei, no meu aniversário de cinco anos, a casa do meu avô foi invadida por muitas pessoas.

Thales apertou o broto de bambu em sua mão.

Flávia continuou sinalizando: Eles tinham armas e atiravam em quem vissem, minha mãe me segurava, tentando nos esconder, mas ela foi atingida no coração.

Lembrando-se do passado, as lágrimas de Flávia começaram a cair.

Seus dedos ficaram rígidos, dificultando a continuação dos sinais, seu coração parecia estar sendo apertado por uma mão invisível, dificultando sua respiração.

Ela soluçava, lutando para falar, "Ela me escondeu, em seus braços, e eu, sobrevivi."

Ela falava com dificuldade, até mesmo pausadamente, por causa da dor, sua voz também quebrava.

A cada palavra que dizia, mais evidente se tornava a dor em seu rosto.

"Alguém empurrou minha mãe, e eu o vi."

Thales ouvia em silêncio, até essa frase, ele finalmente falou, "Quem era?"