Minha Esposa Muda romance Capítulo 889

Não sei quanto tempo passou antes dela finalmente baixar a mão, respirando com dificuldade.

Flavia já não tinha mais forças, estava desabada na cadeira, com o olhar vazio fixo no teto.

De repente, um aroma familiar a atingiu, e ao virar a cabeça, lá estava Thales, sentando-se ao seu lado.

Flavia não tinha força para falar, apenas olhou para ele brevemente antes de desviar o olhar.

"Já comeu?" Thales falou, pegando a mão dela e começando a limpar o suco medicinal de sua palma.

Flavia ficou em silêncio por um momento antes de responder: "Você vai me manter trancada na mansão para sempre?"

Thales hesitou por um instante antes de continuar a limpar, "Eu não te tranco, você pode sair quando quiser."

Antes que Flavia pudesse responder, ele acrescentou, "Mas tem que ser acompanhada."

Flavia forçou um sorriso. Qual era a diferença? Era a mesma coisa.

Mas, lembrando-se das palavras de Marcelo, ela engoliu o que ia dizer. A melhor estratégia era mantê-lo despreocupado, diminuir sua guarda.

Assim, ela poderia sair facilmente quando chegasse a hora.

"Então, posso visitar Bianca todos os dias?"

"Pode, mas Victor não."

Flavia o olhou de relance.

Ele ainda estava rancoroso. Afinal, tinha sido ele quem a tinha empurrado para Victor, e agora nem sequer permitia que ela o visse.

Flavia pressionou os lábios e baixou o olhar, "Entendido."

Thales a observou, notando sua súbita obediência, algo brilhou em seus olhos escuros.

"Há quanto tempo você acordou?"

"Acabei de acordar."

De repente, Thales a ajudou a se levantar e, tocando seu rosto, disse baixinho, "Se você não conseguir dormir, posso te levar a um lugar."

Flavia olhou para ele surpresa, "Para onde?"

"Venha comigo."

Era um cemitério.

Flavia virou-se para Thales, "Por que você me trouxe aqui?"

Thales estacionou o carro e olhou para ela, "Desça."

Flavia franziu a testa, abriu a porta do carro e seguiu-o.

Por estar tão escuro, ela ainda sentia um pouco de medo, especialmente em um lugar tão sombrio.

Inconscientemente, ela se aproximou dele.

Thales percebeu seu movimento e sorriu de canto.

Segurando a mão de Flavia, ela instintivamente tentou se soltar, mas se conteve.

O vento da noite era frio, tocando o rosto como agulhas finas. Flavia instintivamente apertou o casaco ao redor de seu corpo.

Era o casaco de Thales, trazendo o suave aroma de jasmim, ainda familiar como sempre.