Minha Esposa Muda romance Capítulo 93

Gabriela sentiu uma raiva súbita subir à cabeça e avançou a passos largos, agarrando o carrinho de bebê.

"Marcelo, a Flavia acabou de perder um bebê, como você pode deixá-la cuidar do Breno?"

O que ela queria dizer, sem dizer, era: e se a Flavia tivesse pensamentos de vingança e acabasse machucando a criança?

Era evidente que ela também sabia o que a família dela tinha feito a Flavia para agir com essa suspeita.

Marcelo olhou para Gabriela e sorriu, "Eu preciso sair um pouco, vá dormir cedo e não me espere."

"Vai sair de novo? Não vai voltar esta noite?" Gabriela mostrou um vislumbre de desapontamento. Ele saía cedo e voltava tarde todos os dias, e ela não sabia o que ele fazia fora.

Gabriela até tinha investigado, mas ele não tinha outras mulheres; ele mal interagia com mulheres, mesmo aquelas que eram suas clientes eram raras.

Ele era meticuloso em suas ações, deixando Gabriela sem qualquer pista para seguir, mas ainda assim a fazia viver em constante ansiedade.

"Depende, é o Thales quem me chamou."

"Oh."

Ela acreditava que Marcelo não mentiria sobre isso, e Thales também não seria tão generoso a ponto de cobri-lo.

Marcelo não disse mais nada, apenas olhou novamente para Flavia, "Flavia, você quer ir comigo?"

"Por que você a levaria?" Gabriela ficou um pouco irritada.

"Flavia provavelmente quer ir para casa. Depois de ver Thales, não seria bom eles voltarem juntos?"

Marcelo sorriu gentilmente, com um ar de tranquilidade em seu rosto.

Gabriela apertou a mão no carrinho de bebê, as veias das costas das mãos saltadas, incapaz de forçar um sorriso, "Ela disse que iria ficar aqui por alguns dias."

"É mesmo?" Marcelo reagiu como se só então tivesse entendido, "Então, fui eu quem falou demais."

Flavia rapidamente gesticulou: eu vou com você.

Gabriela perdeu completamente a calma, lançando um olhar fulminante para Flavia, incapaz de manter até mesmo as aparências.

A muda que acabara de dizer que ficaria aqui, agora estava pronta para ir assim que Marcelo chamou. O que ela pretendia?

Provocação intencional ou medo de ficar e enfrentar problemas?

E ela não sabia que tipo de predador se escondia na escuridão, talvez um lobo, talvez uma raposa, ou talvez um falcão.

O que ela temia era esse terror do desconhecido e misterioso.

Marcelo estacionou o carro na empresa e, ao descer, ainda fez questão de abrir a porta para Flavia.

Mas Flavia já estava saindo.

Ele disse: "Flavia, você vem comigo ou prefere esperar aqui embaixo?"

Flavia olhou ao redor, a essa hora a maioria das pessoas da empresa já havia saído, a recepção estava vazia e a iluminação fraca dava ao lobby um ar especialmente desolador.

Ela gesticulou: Eu espero no lobby.

"Ok, então vou subir."

Flavia acenou com a cabeça, observando-o desaparecer na curva do elevador.

Marcelo chegou ao escritório do presidente e bateu na porta, que estava aberta, então ele entrou diretamente.