Minha Esposa Muda romance Capítulo 96

Mas ela subestimou a astúcia daqueles dois homens, fazendo-a parecer uma tola.

Thales ligou o carro e saiu da garagem subterrânea.

Flavia olhava pela janela, uma chuva fina e quase imperceptível entrava pelo vidro do carro, caindo levemente em seu rosto.

A temperatura estava apenas 8 graus, o ar úmido e frio, e o vento que soprava parecia cortar os ossos.

Sem dizer uma palavra, Thales fechou a janela do carro, isolando o frio lá fora.

Ao retornarem à mansão, Marisa ainda não havia ido dormir, estava cochilando no sofá.

Ao ouvir os passos, ela despertou imediatamente, pegou sua bengala ao lado e foi recebê-los.

A cautela da Marisa fez com que Flavia sentisse uma dor no coração, começando a questionar se havia sido correto trazer Marisa para casa.

Mas, naquele momento, arrepender-se era inútil; se não a tivesse trazido, talvez ela ainda pudesse suportar as dificuldades trazidas por aquele pequeno barraco.

No entanto, ela já estava aqui, e Flavia sabia muito bem quão terrível era ter um vislumbre de esperança desaparecendo novamente no desespero.

Marisa, assim como ela, estava sendo extremamente cuidadosa, agarrando-se desesperadamente a qualquer esperança e luz disponíveis.

"Senhor, vocês já jantaram?"

Ela tentou pegar o casaco de Thales, mas ele desviou, jogando-o primeiro no cabide.

"Já jantei, faça algo para ela comer." Thales disse e subiu as escadas, sem se demorar.

Flavia gesticulou: Não se incomode, eu não estou com fome.

Marisa estava muito mais à vontade diante de Flavia, "Como assim? Você ainda não está bem, vou preparar alguma coisa leve, você tem que comer um pouco."

Flavia: Eu mesma vou, você descansa.

Marisa segurou sua mão, o rosto enrugado demonstrando um misto de súplica e constrangimento, "Vivi, deixe-me fazer algo."

Flavia ficou sem palavras, olhando para os olhos suplicantes da idosa, incapaz de falar.

Isso não era o que ela tinha intencionado, mas tudo o que ela havia feito não seguiu seus planos originais.

Apenas um casamento em nome, como uma muda de árvore com raízes frágeis, pronta para cair ao primeiro sopro de vento.

"Vá logo." Marisa insistiu.

Após um breve silêncio, Flavia pegou o tabuleiro das mãos de Marisa e subiu as escadas.

Ela bateu na porta do estudo e, em seguida, entrou.

Thales estava trabalhando na escrivaninha, não olhou para cima quando ela entrou.

Flavia aproximou-se com o tabuleiro, colocando-o ao lado dele, e puxou levemente sua manga.

Thales virou a cabeça e a olhou de relance, e só então Flavia gesticulou: Coma algo.

"Quem é, Thales?"

A voz de Rosana veio do outro lado da mesa, e Flavia seguiu a direção da voz, apenas para descobrir que ele estava em uma chamada de vídeo, com o rosto de Rosana claramente visível na tela do celular.