Minha Morte！Sua Loucura！ romance Capítulo 580

"Não dá tempo, se o quarto encher, a saída vai ficar bloqueada e vamos morrer todos aqui dentro. Vão vocês primeiro!" gritei para eles.

Robson, ainda com sua calma, falou de novo. "Vamos tentar mais uma vez."

Benito e os outros concordaram com um aceno e agarraram firme na minha cama. "3, 2, 1! Levantem!"

Eles gritavam, usando todas as suas forças para erguer os objetos pesados, mas o balanço do navio fez com que soltassem tudo novamente.

Mas dessa vez, os objetos pesados não caíram sobre as minhas pernas.

Olhei, chocado, para Robson.

Ele, suportando a dor, me abraçou e foi empurrando minhas pernas para fora.

Foi ele... no momento em que erguiam, esticou suas próprias pernas ali, como uma alavanca, segurando os objetos pesados.

Naquele instante, até pude ouvir o som dos ossos se quebrando.

"Robson..." minha voz tremia, não me importava com a dor, apenas o abracei forte, chorando.

"Levem ela..." Robson tremia todo.

Benito tentou me puxar.

Eu o empurrei. "Vão vocês!"

Benito me olhou, eu lhe fiz um sinal negativo com a cabeça. "Me ajuda... a cuidar do nosso filho. Vamos apostar que, com a sala cheia, a flutuabilidade nos levará para fora."

Benito respirou fundo e me abraçou forte, aquele era o abraço de um amigo, um irmão, compartilhando um sentimento de camaradagem em tempos difíceis.

"Nós... vamos esperar por vocês lá em cima." A voz de Benito estava rouca. "Vou chamar o resgate o mais rápido possível. Nossa equipe já está a caminho, aguentem firme."

"Fábio! Você não pode morrer..." Jorge também estava engasgado. "Nós vamos voltar para casa, para nosso país, seremos felizes..."

"Mesmo que eu te odeie..." a voz de Jorge estava rouca.

Nuno parecia mais calmo que os outros, falou baixinho. "Ele é o Fábio, não vai morrer... vamos, temos que ir."

No meio do forte balanço, eu abraçava Robson com força, tentando evitar que ele se machucasse novamente.

"Você é louco?" ele me perguntou.

"Não quero ser esperta na sua frente..." disse entre soluços, como uma criança precisando de consolo.

Se ser esperto significa usar isso contra quem se ama... então, qual o sentido de viver?