Minha Única Ômega romance Capítulo 2

"Quem é você?"

Voltei a mim e me afastei do garoto.

"E-eu..." Desviei o olhar, tentando encontrar as palavras certas.

"Pela sua aparência, dá pra ver que você não pertence a esse lugar."

Enxuguei as lágrimas. Olhei para ele, furiosa com o comentário grosseiro. Meu olhar o deixou sem reação.

Virei a cabeça e encarei Santiago, que ainda conversava com Athena. Então passei direto pelo garoto que acabara de ser rude comigo.

Ele não podia simplesmente dizer que eu não pertencia ali.

O que ele quis dizer com isso, afinal? Que eu não podia estar num clube porque não usava vestido curto?

Eu também estava irritada com Santiago. Na verdade, estava ainda mais chateada com ele. Eu nutria sentimentos por ele há muito tempo, e ele quebrou meu coração sem nem sequer falar comigo.

Voltei para perto da Helen. Ela me olhou atentamente e perguntou:

"O que aconteceu?"

"Nada."

"Como assim, nada? Santiago não tinha terminado com ela há tipo... dois anos? O que eles estão fazendo juntos agora? Só jogando conversa fora?"

"Algo assim." Murmurei.

Nesse momento, ouvimos a voz de um garoto nos alto-falantes e todos começaram a comemorar alguma coisa.

Viramos a atenção para a pista de dança, onde um veterano segurava o microfone.

"Senhoras e senhores, recebam agora o solteiro mais cobiçado, aquele que atrai olhares por onde passa, cujo estilo de vida é o sonho de qualquer um! Ele voltou hoje para sua alcateia e seu povo, e amanhã começa na nossa faculdade, pronto pra agitar o coração de todas as meninas. Com vocês... Cyrus Soore!"

Todos aplaudiram e gritaram animadamente.

Quase fiquei surda com os gritos das meninas ao meu redor.

‘Qual é a graça desse Cyrus Soore?’ Pensei.

Mas meus olhos se arregalaram no momento em que vi quem era Cyrus Soore.

"É ele!"

Murmurei baixo, reconhecendo o garoto com quem eu havia esbarrado minutos antes.

Comecei a ouvir os comentários das outras meninas:

"Meu Deus! Ele é tão lindo!"

"Gente, ele é um gato! Olha esse cabelo! Ele voltou do exterior com um visual todo estiloso e um corpo de arrancar suspiros. E esse rosto? Perfeito!"

"Eu achava que só o Santiago podia ser tão bonito assim... Mas agora acho que o Cyrus superou!"

"Ah, faz-me o favor. O Santiago é mais bonito, sim. Olha pra ele! Vai ser nosso futuro Alfa. O Cyrus não tem a mesma presença. E ouvi dizer que o Cyrus é um galinha. Só quer brincar. Os dois irmãos são opostos totais!"

As conversas se multiplicavam. As meninas discutiam animadamente, enquanto os garotos olhavam com uma pontada de inveja para Cyrus — talvez por causa do seu jeito despreocupado e confiante.

Helen se virou pra mim e disse:

"Já vi tudo. Mais um metido entrando na nossa faculdade."

Olhei pra ela, rindo. "Por quê?"

"Olha pra esse garoto. Já basta o irmão dele causar todo esse drama. Agora esse aí também chega? Imagina o tanto de menina gritando por eles. Parece até que nossa escola virou série de TV. Tá todo mundo copiando os dramas pra viver isso na vida real."

Lancei um olhar para Cyrus, que acabava de abrir uma garrafa de champanhe. Um monte de gente levantava os copos perto dele.

"Mas vou te falar uma coisa," Helen disse.

"O quê?"

Helen pediu uma cerveja, e o garçom me entregou um copo de água. Eu não gosto de beber. Não que meus pais fossem brigar por isso, mas é que realmente não faz meu estilo.

A música alta deixava as pessoas meio tontas. Todo mundo começou a dançar como se não houvesse amanhã. Muitos bebendo, alguns se beijando como se aquele fosse o lugar perfeito pra isso.

Helen me apresentou a duas garotas, Lily e Eliza. Elas pareciam bem animadas. Helen me incentivou a dançar com elas, mas eu recusei.

Disse que ficaria sentada e esperaria enquanto ela se divertia.

No começo ela ficou preocupada, mas Lily a convenceu de que eu ficaria bem.

Vi Helen dançando na pista, se divertindo como nunca.

Sorri ao ver a alegria dela, pulando junto com a batida da música.

Depois de alguns minutos, comecei a ficar entediada. Peguei meu celular e vi cinco chamadas perdidas.

"Droga!"

Repreendi a mim mesma ao ver que as ligações eram do número do meu pai.

Vi Helen dançando animada. Não quis interromper e fui procurar um canto mais tranquilo para retornar a ligação.

Fui até o canto mais à esquerda da boate. Conforme me afastava da pista, a música começava a diminuir.

Mas meus passos pararam quando vi um cara aos beijos com uma garota.

As mãos dele apertavam a cintura dela. O rosto dele estava colado no pescoço dela.

A tela do meu celular se acendeu e o toque começou a tocar.

Como se tivesse sido interrompido no meio de algo importante, o garoto virou o rosto na minha direção com raiva nos olhos.

Na pouca luz, consegui ver o rosto dele.

"VOCÊ!"