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Minha Única Ômega romance Capítulo 3

"VOCÊ!"

Era ninguém menos que Cyrus Soore. Eu me senti enojada. Ele acabou de voltar para esta alcateia e já estava por aí beijando garotas?

Ele arqueou uma sobrancelha e respondeu:

"Sim, sou eu. E pra sua informação, essa é a minha festa, querida."

Fiquei com raiva quando ele me chamou de “querida”.

Meu celular não parava de tocar, então o ignorei e continuei andando. Parei a poucos passos dali e atendi a ligação.

"Pai."

"Onde você está, Elaine?"

"B-bem, pai, eu vim numa festa."

"Uma festa? Que festa?"

A voz do meu pai soava aflita. Ele sempre foi super protetor comigo. Como eu era uma Ômega, ele e minha mãe viviam preocupados com a minha segurança.

"Uma festa da faculdade. Vim com a Helen, então não se preocupa. Ela vai me levar pra casa."

"Que alívio. Você não tava atendendo as ligações, sua mãe começou a se desesperar."

"Diz pra ela que já tô indo."

"Ok. Se cuida e volta em segurança."

"Sim, pai."

Ele desligou. Suspirei. Não contei que estava numa boate. Eu já não era mais criança. Eles não precisavam se preocupar tanto.

Virei-me para voltar até Helen.

Mas, no instante em que me virei, levei um susto.

"Terminou a ligação?"

Fuzilei Cyrus com o olhar.

"Você quase me matou do coração!"

O canto esquerdo dos lábios dele se curvou.

"Bem, a maioria das garotas morre ao ver meu rosto bonito, querida."

Ele piscou pra mim e riu ao ver minha expressão chocada.

Ele não parecia alguém com quem se deve brincar. Suas roupas escuras davam a ele uma aura sombria.

Eu não disse quem era. Talvez ele não me reconhecesse — assim como eu também não o reconheci de imediato.

Dei um passo para passar por ele, mas ele me impediu.

"Aonde pensa que vai?"

"Me deixa passar," disse com frieza.

"Tsk. E o estrago que você causou?"

Virei o olhar para ele, confusa.

Ele era muito alto. Sim, bonito. Mas isso não importava — ele não era um bom cara.

"Que estrago?" Perguntei.

"Você acabou de estragar meu momento com uma beldade. Agora me diz, quem vai pagar essa indenização?"

Fiquei confusa. Do que ele estava falando?

Ele deu um passo na minha direção e eu me afastei, assustada.

Os botões da camisa dele estavam abertos. À luz fraca atrás de mim, consegui ver seu peito exposto.

“Esto quod es”

Estava tatuado no lado direito de suas costelas. Tinha uns quinze centímetros de altura, envolvendo boa parte do seu flanco — impossível não notar.

Antes que seu corpo encostasse no meu, empurrei com força o peito dele.

"Fica longe de mim!"

Corri para fora daquele canto, mas esbarrei em alguém.

‘Por que eu continuo trombando com as pessoas hoje?’ Resmunguei mentalmente.

Infelizmente, era Santiago. Quando me viu saindo daquele canto, fez uma careta. Quando olhou por cima do meu ombro, seu semblante ficou sério.

Cyrus surgiu logo atrás de mim, sorrindo ao ver Santiago.

Olhei para Santiago.

"Com licença."

Passei por ele e voltei à pista de dança.

Mas Helen tinha sumido de vista. Comecei a procurá-la.

Fui empurrando levemente as pessoas na multidão até que uma mão segurou a minha e me puxou para fora da confusão.

"Aqui está você! Onde você se meteu? Quando voltei pro bar, você tinha sumido!" disse Helen, ofegante.

"Meu pai me ligou. Fui atender."

"Achei que tinha te perdido na boate!" disse Helen, me abraçando.

"Vamos embora." Murmurei.

Ela assentiu, e saímos da boate.

Respirei fundo quando o ar fresco bateu no meu rosto.

Eu me sentia sufocada lá dentro. Ficar lá não era pra mim.

Festas definitivamente não eram meu mundo. Boates não eram meu lugar. Eu gostava de uma vida simples. Essas pessoas... eram muito diferentes de mim. Viviam em outro ritmo.

Caminhamos até o carro da Helen e entramos. Ela deu partida.

Jantamos juntos e depois fui dormir.

Na manhã seguinte, acordei cedo.

Depois de me arrumar para a escola, minha mãe insistiu que eu tomasse café da manhã antes de sair.

Meu pai riu:

"Qual a pressa?"

"Pai, vou me atrasar!"

"Diz que foi culpa do seu pai. Ele te atrasou!"

Balancei a cabeça.

"Pai... ninguém sabe que sou filha do Beta."

"E por quê?"

"Não quero chamar atenção. Não quero que me tratem diferente. Igual fazem com o Santiago."

Minha mãe então comentou:

"O Cyrus também vai se matricular hoje na sua escola."

Assenti e continuei comendo.

"A Luna Lillian pediu pra você mostrar a escola pra ele, já que é novo."

Parei e pensei:

‘Novo? E já tá pegando geral?’

De repente, meu pai balançou a cabeça.

"Ele não é como o Santiago. Você pode ser amiga do Santiago, mas do Cyrus, não. Não quero você perto dele, entendeu?"

Olhei para ele, confusa, mas então percebi que todos pareciam saber da fama de Cyrus. Talvez fosse melhor mesmo manter distância.

"Pode deixar, pai. Vou ficar longe."

Minha mãe não disse nada. Terminamos o café em silêncio.

Peguei o ônibus até a escola.

Assim que cheguei, percebi que as meninas estavam em climas bem diferentes. Algumas felizes, outras pareciam de luto.

Caminhava pelo corredor quando avistei Santiago. Athena estava com ele. Os dois estavam de braços dados, indo para alguma aula.

‘Eles voltaram ontem à noite?’ pensei. Senti um aperto no peito.

Desviei o olhar e fui até o vestiário. Abri meu armário, mas levei um susto quando alguém bateu a porta e ficou atrás de mim.

Virei rapidamente, assustada.

"Achou mesmo que eu não ia reconhecer você, Elaine Kenneth?"

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