Mulher Desaparecida e Mãe dos gémeos romance Capítulo 217

“Mamãe, mamãe!”

Se Lucas não tivesse receio de ferir a autoestima de Lorena, já teria fugido, mas agora ele só pode piscar os grandes olhos e pedir ajuda a Valentina .

Valentina fica um pouco deprimida e logo abraça Lorena.

“Lorena, não pode!”

“Por quê?”

Lorena faz um beicinho, claramente infeliz.

“Eu também tenho que dormir junta com Lucas à noite, tá?”

“Não!”

Valentina rejeita prontamente.

“Lorena, irmão é irmão. Você não pode dormir com seu irmão e também não pode brincar de dar beijinhos. Não importa quando, você não pode brincar de beijinhos com garotos, entendeu?”

Valentina tem que aproveitar a oportunidade para instilar este tipo de pensamento sobre as diferenças entre meninos e meninas.

Lorena fica com o olhar confuso.

“Mas por que você e o papai podem?”

“Porque eu e seu pai somos um casal e somos adultos, por isso podemos. No futuro, Lorena, você vai encontrar um garoto de que goste e se os dois se apaixonarem, naturalmente também poderá. Mas até lá é preciso reservar as melhores coisas para as melhores pessoas, não é?”

Valentina não sabia se Lorena conseguia entender, mas tinha que dizer aquilo naquela hora.

Lorena, desgostosa, fala: “Mas eu gosto muito de Lucas. Posso me casar com ele um dia.”

“Isso não pode. Ele é seu irmão e, sendo irmão, não pode ser noivo, entendeu? Só pode ser irmão.”

“Então eu não posso o beijar nem abraçar, é?”

Lorena se deprime um bocado, como se perdesse uma coisa especialmente valiosa.

Valentina não aguenta e sussurra: “Lorena, irmão sempre será irmão. Vocês são parentes. Parentes também podem beijar, mas aqui na testa, entendeu? Você também pode beijar Lucas na bochecha. Beijo entre parentes é assim.”

“É sério?”

Os olhos de Lorena florescem novamente e brilham intensamente, como se toda a casa também estivesse iluminada por seu sorriso e seus olhos.

Valentina, sorrindo, diz: “Claro! Agora troque de roupa para poder beijar Lucas.”

“Tá bom!”

Lorena coopera.

Lucas torce o nariz, mas não diz nada.

Comparado a Lorena, que a todo o momento estava pensando em sua boca e desejando a cada minuto tirar-lhe as calças, a solução de Valentina lhe pareceu aceitável.

Lorena logo se apressa a trocar de roupa.

Lucas, sorrindo, diz para Valentina: “Obrigado, mamãe.”

“A mamãe não fez nada.”

Valentina acaricia a cabeça do menino e pensa em Ethan novamente.

Ela não sabe quando poderá vê-lo.

Lorena troca de roupa rapidamente, sai correndo, e salta para os braços de Lucas como uma princesinha. Lucas quase não consegue ficar de pé, e logo, com um estalo, os lábios suaves de Lorena tocam o rosto dele.

Macio, perfumado, com um toque de elasticidade.

Lucas fica pasmo.

Ele foi beijado por uma garota pela primeira vez.

Embora a garota seja sua própria irmã, esta sensação foi realmente boa.

Lucas está totalmente atordoado.

Após beijar Lucas, Lorena, com algumas dúvidas, olha para Valentina e pergunta: “Mamãe, o que há de errado com meu irmão? Não gostou do meu beijo? Faltou força no meu beijo?”

Valentina fica com um pouco de vontade de rir.

Ela sabe que Lucas está confuso. Ela caminha para frente, esfrega a mão na cabeça de Lucas, o beija na testa e diz: “Qual é o problema?”

Lucas fica chocado novamente.

O beijo da mamãe parece diferente do de Lorena. Há um toque de maciez e gentileza, que o deixa muito comovido.

“Obrigado, mamãe.”

Lágrimas rolam dos olhos de Lucas. Ele se lembra de Elisa. Quando era pequeno, Elisa tinha feito o mesmo com ele. Infelizmente, aquilo não mais se repetiu.

Dessa vez, beijado por Valentina, ele se sente de repente um pouco angustiado.

Ele sabe muito bem que não deve pensar em Elisa. Foi Elisa quem o fez perder seu irmão Ethan e sua mãe e irmã perderem um filho e um irmão, mas naquela hora seu nariz não queria obedecer a ordens.

Lorena, vendo Lucas agradecer Valentina depois de ser indiferente a seu beijo, começa a ficar insatisfeita.

“Não me importo se meu irmão goste do meu beijo ou não, eu ainda quero o beijar.”

Dizendo aquilo, ela segura o rosto de Lucas com as mãos e dá vários beijos estalados nele.

Lucas foi imediatamente envolvido pelo hálito de Lorena.

Relutante, ele diz: “Lorena, você vai me matar sufocado. Seu beijo é o melhor.”

“Verdade?”

Ouvindo Lucas a elogiando, Lorena o solta. Com o rosto fica cheia de satisfação, ela tamborila as bochechas e aponta para o próprio rosto com um dedo.

Lucas fica um pouco envergonhado.

Valentina acha que as crianças agora estão se dando muito bem.

“Está tudo bem, Lucas. Dá um beijo na sua irmã, a mamãe vai cozinhar para vocês.”

Ela tem uma vontade repentina de cozinhar.

Lucas hesita um pouco, mas beija a bochecha de Lorena. Ele logo dá um passo para trás, com o rosto todo vermelho e uma expressão tímida.

“Irmão, obrigada!”

Lorena pula de felicidade.

“Mamãe, quando vamos encontrar meu irmão? Também quero dar um beijo nele.”

Essa frase deixa Valentina um pouco triste, mas ela sorri e diz: “Nós vamos se encontrar com ele.”

Lucas se sente um pouco incomodado, mas pega a mão de Lorena e diz: “Lorena, vamos jogar xadrez.”

“Quero desenhar.”

As palavras de Lorena fazem Lucas parar por um instante, mas ele acena afirmativamente com a cabeça e diz: “Tudo bem, vamos desenhar.”

As duas crianças, cheias de ânimo, pegam as pranchetas e correm para a mesa lateral para desenhar.

Valentina, vendo-os assim, diante de seus olhos, fica aliviada, mas não ousa baixar a guarda.

Ela prepara rapidamente um pouco de comida e pede ao guarda-costas que leve um pouco para Eva enquanto ela acompanha as crianças.

Valentina descobre que Lorena tem muito talento para desenhar, mas o que Lucas desenha mal dá para ver.

Lucas, um pouco constrangido, diz: “Pintar não é meu ponto forte.”

“Então qual é o seu ponto forte?”

Era a língua solta de Lorena perguntando.

Lucas coça a nuca, e fica mudo um tempo.

Verdade, qual é o ponto forte dele?

Parece que ele não tem nada de especial.

Lucas fica um pouco amuado.

“Parece que realmente eu que não tenho nada de especial.”

Lucas sorri, sem jeito.

Valentina afaga a cabeça dele e diz: “Na verdade, Lucas tem outros pontos fortes.”

“Quais?”

Lucas não entende, e rapidamente levanta a cabeça.

Valentina sorri e diz: “A aritmética mental de Lucas é ótima.”

“O que é aritmética mental?”

Lorena pergunta, confusa.

Valentina sorri e diz: “Aritmética mental é calcular adição e subtração com a mente, mas muito rápido!”

Terminando de falar, Valentina faz uma pergunta para Lucas.

Lucas responde sem nem mesmo pensar, e além disso, a resposta é a correta.

Lorena arregala os olhos e, olhando para Lucas com admiração, comenta: “Nossa, Lucas, você é legal!”

Ele fica um pouco envergonhado ao ser elogiado por Lorena.

Lucas esfrega a nuca sem saber o que fazer. Só lhe resta olhar para Valentina em busca de ajuda.

Valentina sorri e diz: “Não há nada para se envergonhar. Lucas tem um nível alto de aritmética mental e já faz multiplicação e divisão. É simplesmente um gênio.”

Ela aperta o nariz de Lucas, mas Lucas não se importa.

É a primeira vez que ele foi chamado de gênio.

Por que antes Elisa o repreendia dizendo que ele era idiota?

Com o tempo, Lucas perdeu a autoconfiança. Ele sempre pensava que pudesse ser um idiota. Caso contrário, por que mamãe falaria assim?

Lucas se anima um pouco com os elogios de Valentina.

Lorena, alegre e admirada, comenta: “Lucas, você pode me ensinar?”

“Tudo bem, amanhã te ensino.”

Lucas diz isso para Lorena com um sorriso.

Lorena está naturalmente muito feliz.

Os três jantam e conversam por um tempo. Lucas quer se ir embora para descansar, mas Valentina o permite ficar.

“Tem duas camas aqui, uma para você e para a sua irmã. Dormiremos aqui esta noite.”

As palavras de Valentina fazem Lucas hesitar.

“Mas...”

“Nada de ‘mas’. Mamãe está aqui, do que você tem medo?”

Valentina acha que Lucas ainda tem medo com Lorena, por isso procura imediatamente animá-lo.

Lucas balança a cabeça e diz: “Não é isso. Tem duas camas aqui, uma para mim, outra para a minha irmã. Onde você vai dormir, mamãe?”

Valentina, ao ver Lucas pensando nela, fica um pouco emocionada.

“Mamãe vai dormir no sofá.”

“Como? A mamãe ainda está doente. Mamãe, vá dormir na cama que eu vou dormir no sofá. Sou pequeno, não tenho dificuldade em dormir no sofá.”

Lucas fala como um adulto, mas isso faz Valentina se sentir mais comovida.

“Garoto bobo, você ainda é pequeno, como pode dormir no sofá? Escute, vá para a cama.”

Lucas fala que não concorda.

Lorena, agarrada às cobertas e sentada na cama, os observa cedendo a cama um ao outro e não pode se conter de dizer: “Mamãe e eu não podemos dormir na mesma cama? O que estão discutindo? Não é bom dormir no sofá.”

Essa frase deixa Valentina e Lucas surpresos.

Ambos olham para Lorena e sorriem.

Valentina deixa-os ir para cama deitar e depois lhes conta uma história para dormir.

As duas crianças estão cansadas, e logo adormecem.

Valentina fecha o livro, se levanta, se espreguiça e sente um pouco de sono, mas não ousa se descuidar. Ela olha atentamente dentro e fora do quarto antes de se deitar, e por fim, abraçada à Lorena, adormece.

No meio da noite, Valentina sempre sente um par de olhos fixos nela.

Aqueles olhos são particularmente cruéis, têm até um toque assassino.

Ela abre os olhos e vê uma sombra escura saindo rapidamente pela janela.

“Quem é?”

Valentina está morrendo de medo. Ela não pode evitar falar mais alto, o que alarma o guarda-costas do lado de fora.

“Senhora, o que está acontecendo?”

Os guarda-costas não se atrevem a entrar e lhe perguntam, nervosos.

Valentina explica apressadamente o que acabara de acontecer. Os guarda-costas correm para verificar, mas naquela hora, Valentina sente que algo está errado.

Se todos os guarda-costas foram perseguir o homem de preto, então quem vai proteger a segurança dela e das crianças?

Nesse momento uma voz, em baixo volume, vem do lado de fora. O coração de Valentina dispara imediatamente.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Mulher Desaparecida e Mãe dos gémeos