Murilo, o CEO sedutor. romance Capítulo 63

MURILO

Pego minha pequena mala, meus documentos, não acredito que finalmente estou indo para Barcelona levando Manuela comigo.

- Estão todos prontos? - Pergunto.

- Eu estou. - Alejandro diz sentado no sofá, mexendo no celular.

- Também estou. - Ariel diz vindo pelo corredor arrastando uma pequena mala.

- Onde estão o resto de suas coisas?

Ariel veio com no mínimo três malas, comprou um mundo de coisas aqui no Rio, onde está tudo?

- Então - Ela diz sorrindo. - Sobre isso quero falar que, eu pretendo voltar para o Brasil.

Olho para Alejandro que parece ter tomado um choque, meu irmão levanta do sofá e vem caminhando em nossa direção.

- Você enlouqueceu Ariel? - Eu argumento. - Mamá vai surtar e o pior, vai culpar a mim, serei o primeiro a morrer.

Lembro de quando éramos crianças, Ariel era bem menor todas as suas traquinagens, porque minha irmã foi uma criança no mínimo muito ativa, recaiam sobre mim e Alejandro.

- Eu vou conversar com ela e com papá, mas já aviso aos dois que pretendo voltar para o Brasil para iniciar um curso de administração em uma faculdade e continuar trabalhando na empresa. - Ariel fala decidida como poucas vezes a vi fazer.

Fico muito surpreso com a determinação de Ariel, mas ao olhar para Alejandro começo a rir, não do propósito de minha irmã claro, mas por imaginar que ela finalmente está tomando um rumo na vida e nós seus familiares só precisamos concordar com uma viagem, puta que pariu teria sido tão fácil assim no auge de sua rebeldia aos dezessete anos?

- É sério gente! - Ela diz com raiva.

- Porra, o que está acontecendo com você? - Alejandro pergunta.

Antes que obtenhamos uma resposta, Ariel pega a alça de sua mala única e caminha em direção a porta.

- Vamos ficar conversando ou perder o voo? - Ariel fala com a mão na cintura.

Ainda com a cabeça girando com a decisão que minha irmã mais nova tomou pego minhas coisas, indo em direção aos elevadores. Entramos os três no carro indo em direção ao apartamento de Manu para buscar ela e Elias, assim que dou partida no carro Alejandro pergunta.

- Então Ariel, o que deu em você?

Olhando pelo retrovisor do carro pude ver Ariel perdida em pensamentos, ela olhava para fora da janela como se buscasse algo para ver.

- Não é nada demais, só que lá - em Barcelona - eu não sou ninguém, eu ...

Posso ver a tristeza em seu olhar, sei o que ela quer dizer, em Barcelona ela é apenas a mimada herdeira rica, sem cérebro que vive para gastar a fortuna dos pais como se não houvesse um amanhã, aqui no Rio ela encontrou um proposito para sua vida.

- Acontece que aqui eu pude ver como a Manu sozinha, cuida da vida dela, estuda, trabalha, dá conta de uma casa - ela suspira olhando para frente - e eu sempre fui alheia a tudo isso sabe, fui criada em uma bolha de cristal, onde tudo era perfeito demais, quero crescer, me tornar uma mulher responsável. - Ela diz como se estivesse desabafando para si mesma.

Minha irmã caçula está trabalhando todos os dias na empresa, ajudando em tudo que lhe cabia, estávamos vendo tudo isso, Alejandro e eu não dissemos nada ainda, achando que fosse uma fase que logo passaria, afinal, Ariel nunca se interessou por nada relacionado a empresa, o que não dignifica que não estávamos atento a tudo que vinha acontecendo, se for preciso, vou conversar com nossos pais para que ela pelo menos tenha a oportunidade de tentar.

- Não imaginei que você se sentia assim. - Alejandro fala.

- E isso não tem nada haver com Sebastian? - Pergunto.

Ela suspira, logo me encarando pelo espelho retrovisor.

- Tem tudo haver Mu, foi por causa dele que vim para o Rio, mas foi por mim que fiquei bem, e é por mim que quero voltar e focar na minha vida. Não quero mais saber dele. - Ela responde.

- Sinceramente acho que você está fazendo o que é certo, sempre soube que aquele cara não serve para você. - Alejandro cospe as palavras para ela.

- O quê foi?

- Estou nervoso. - Respondo sincero.

- Porque? Tem medo de voar? - Manu pergunta preocupada.

Sorrio com o cuidado dela, passo os dedos por seu rosto tão perfeito, deixo meus lábios cobrirem os seus.

- Não mi amor, estou nervoso porque você é a primeira mulher que apresento a meus pais.

Seu sorriso some, sei o peso de minhas palavras, tanto para ela quanto para mim, estou assumindo Manu como minha para minha família e a sociedade, apresentá-la a meus pais diz muito do que ela significa para mim. Manu me observa atenta, aqueles olhos castanhos lindos, que eu tento amo, a intensidade daquele olhar me mostra que ela sente o mesmo que eu, toda a intensidade do que estamos vivendo é louco demais.

- E você já se arrependeu?

Encosto minha testa na dela ao mesmo tempo que seguro seu rosto em minhas mãos. Não foi uma pergunta cheia de duvidas, era mais um tom de brincadeira, mas eu não poderia deixar que ela nem por um segundo duvidasse que ela é a escolha perfeita.

- Nunca, você foi a melhor coisa que me aconteceu.

Manu sorri, me enchendo de beijos, ela se afasta entrelaçamos nossos dedos, depois encosta seu corpo no meu.

- Adoro seu cheiro. - Manu diz aspirando meu pescoço.

Sentindo aquele cheiro maravilhoso ao beijar seus cabelos, um cheiro doce e suave, que combina preteritamente com a personalidade dela.

- Não é melhor que o seu, mi amor.

Sem nos darmos conta o avião já decolou, rumo a Barcelona.