O Egípcio romance Capítulo 56

Hassan

Allah! Karina é a minha perdição? Pergunto-me enquanto sentamos.

Não quero ser como meu pai, um cavalo com os olhos tapados conduzido por aquela odalisca. Só enxergando o que ela permitia que ele enxergasse.

Sinto o sangue correr mais veloz nas veias só de pensar nisso. Fecho os punhos, em busca de controle. O ar sai rasgando meus pulmões em uma expiração profunda. Senti-me na hora envergonhado quando percebi que o rapaz era homossexual.

Allah! Não existe uma mulher que me desperte a atenção. Eu só consigo ver os olhos verdes de Karina, a imagem dela está gravada na minha mente. Às vezes me sinto sufocado por estar tão preso a ela. Um lado meu teme ficar cego como meu pai, e é esse meu lado que me faz desconfiar de tudo e todos.

Karina

O auditório escurece e os momentos seguintes se tornam prazerosos com o lindo concerto ao fundo e um violinista tocando um lindo repertório com músicas da atualidade. O público ficou em silêncio, ouvindo, hipnotizados como eu. Quando ele começou a tocar November Rain, de Guns, eu suspiro com o fluir do tom melodioso.

Sinto a mão de Hassan apertando a minha entre a sua naquele momento em que o violinista desliza pelas notas dramaticamente, um som de cortar o coração. Eu procuro imediatamente os olhos de Hassan. Nossos olhos se encontram na meia-luz e o brilho que vejo refletido nos olhos dele me deixa emocionada, pois vejo grande intensidade de sentimentos irradiando por eles.

Não sei se Hassan havia escolhido inconscientemente aquele show pelo repertório. Ou simplesmente por gostar do som do violino.

Só sei que eu gostei muito.

Enxerguei com clareza dentro de mim o quanto eu gosto desse homem. Parece até clichê: o homem realizado, bonito, rico, que pode ter a mulher que quiser, mas também quebrado, encontra o caminho de seu coração com uma garota simples e comum como eu.

Estou pensando nisso quando as luzes mudam e entra uma moça vestindo um longo vermelho com um violino na mão. Ela é apresentada como Hanini e que tocará a música Arábia.

Coloco grande expectativa nessa hora. Ela ergue seu violino e o apoia no seu ombro e queixo, posiciona seu arco.

Dançarinas entram no palco e se enfileiram atrás da violinista, e ela inicia uma linda música, e eu me surpreendo com as danças sincronizadas e com o som ritmado, maravilhoso.

Momentos depois, estou no carro abraçada a Hassan.

Deus! Este é o meu lugar.

Ele cheira bem. Roupa lavada e seu perfume maravilhoso.

Eu descanso minha cabeça contra seu peito, e ele beija meus cabelos.

Lá fora, as luzes amareladas brilham enquanto o carro percorre as ruas, ruídos de vários tipos soam no ar noturno, motores aceleram. Mais para frente, barulho da polícia, e eu estou aqui, nos braços do homem que eu amo, sentindo-me segura…

— Gostou do concerto?

Eu procuro seus olhos e lhe dou um sorriso.

— Eu amei… — digo, e o abraço novamente.

Ele inala drasticamente.

— Que bom!

Olho para ele. Hassan está sorrindo satisfeito.

— Aonde vamos agora?

— A suíte presidencial.

Eu assinto e o abraço apertado, meu coração se agita em antecipação pela noite que teremos juntos.

Logo chegamos ao hotel. O motorista de Hassan abre a porta com o rosto sério. Eu deslizo para fora. Hassan também sai. Logo ele me envolve pela cintura e sou conduzida por ele para dentro do hotel.

Lá dentro, funcionários o cumprimentam quando o veem. Ele acena com um sorriso para todos, e eu me deleito com a sensação de sua mão me pegando possessivamente pela cintura. Essa pressão já se tornou tão familiar.

Estou atraída como uma mariposa pela luz. Tenho medo de me queimar. Sei que no fundo tenho, mas eu sou louca por ele.

Alcançando os elevadores, ele aperta o botão e chama o elevador. Eu procuro seus olhos. Hassan me olha enigmático, usando seu meio sorriso sexy. Quando as portas se abrem, ele solta minha mão e me convida para entrar.

As portas se fecham e eu arrisco uma outra olhada. Ele está lá, olhando para mim, com seus olhos negros muito vivos. A energia que nos atrai está no ar, tanto é que meu coração bate mais acelerado.

Hassan sorri para mim, e eu sinto meu rosto esquentar enquanto sorrio para ele. De repente, as portas se abrem e eu caio em outra realidade.

Entramos na suíte.

— Eu pedi uma comida leve por causa do horário.

— Verdade.

— Deseja tomar um aperitivo?

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