Eu prendo o ar quando seus olhos descem para os meus lábios. Meus pais sabem que nessa hora não podem entrar na sala. Por isso ficamos à vontade para conversar, nos beijar, nos tocar, nos amar. Valendo-me disso, eu o puxo mais para mim, para ficar bem perto de sua orelha. Chupo o seu lóbulo e dou-lhe uma mordidinha, em seguida sussurro:
— Hassan… quero tanto você…
Ele procura meus olhos.
Os negros ardentes nos meus.
Ele ofega e em um impulso me pressiona contra seu corpo, me mostrando como ele está duro. Eu tomo os lábios dele e o beijo, faminta. Suas mãos me trazem mais para si e me apertam com desejo, fazendo-me suspirar sobre os seus lábios quando sinto o quanto ele está excitado.
Nos beijamos longamente, até perdermos o fôlego. Hassan então solta meus lábios e me abraça em seguida, beija meus cabelos.
— Precisamos ir.
Eu assinto e visto um casaco que comprei recentemente. Ele é de pele sintética.
Logo chegamos ao Albert Hall Real. Hassan me ajuda a sair do carro e entramos em um hall de mármore onde empregados uniformizados orientam os convidados para a chapelaria. Eu deixo Hassan por um momento para guardar meu casaco. A chapelaria está repleta de mulheres bem-vestidas.
Dou uma olhada rápida no grande espelho acertando meus cabelos e sigo até a entrada, onde Hassan me espera. Mas ele não está só. Um homem de meia-idade e uma mulher um pouco mais jovem estão com ele. Hassan está obtuso, como se estivesse triste com alguma coisa. Com certeza estão falando do que houve no hotel.
Antes que eu me aproxime dele, uma sombra surge ao meu lado.
— Karina?
Eu me viro para a voz. Meu olhar encontra o peito de um homem. Ergo meu rosto e vejo Vinny sorrindo para mim.
Deus!
— Quase não te reconheci, está se vestindo como uma mulher madura — ele diz, sorrindo.
— Vinny, que surpresa agradável…
Ele dá mais um passo em minha direção e beija minha bochecha suavemente antes de dar um passo para trás e sorrir.
Vinny estudou comigo, ele é um pouco mais velho do que eu, alto e magro e tem uma cara de garotão surfista, cabelos loiros e grossos, arrebata os corações femininos, embora seja gay. É riquíssimo. Seu pai é banqueiro, fora a grande diversidade de negócios lucrativos.
— Não acreditei quando te vi — ele diz, com seu jeito gay.
Eu abro mais meu sorriso para ele.
— Só porque não pertenço à nata da sociedade, não quer dizer que não posso frequentar lugares assim.
Ele sorri.
— Estou feliz em te ver.
— Eu também, o que tem feito?
Ele levanta a mão para o meu rosto e empurra um cabelo rebelde atrás da minha orelha. Hassan surge ao meu lado e, esticando seu braço, envolve minha cintura.
— Karina, mal posso te deixar sozinha, que gaviões te rodeiam.
Inspiro fundo e demoradamente.
— Hassan, por favor! — eu o olho suplicante.
— Você disse a esse cara que está acompanhada e que seu namorado é árabe e, portanto, não aceita esse tipo de intimidade? — Hassan me pergunta com seriedade na voz e depois olha hostil para ele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Egípcio
Muito bom, amei....