Namoro de Aluguel romance Capítulo 44

Eles fizeram o resto do trajeto em silêncio até chegar ao seu novo destino. Quando desceram do carro entraram no MacDonald's e ao chegar ao balcão a única coisa que ela pediu foi um café. Então, disse que iria esperar por ele em uma mesa.

Ela estava morrendo de fome, ele sabia disso, então pediu dois combos com batatas fritas. Fez o pagamento e ficou aguardando o lanche olhando de vez em quando para ela que se encontrava sentada com o olhar perdido. As pessoas observavam os dois por estarem vestidos tão elegantes, mas ambos ao seu modo não se importavam.

- Aqui. - Disse ao sentar de frente para ela.

- Obrigada. Suspirou ao sentir o gosto em sua boca.

- Toma. - Disse empurrando o hambúrguer com as batatas fritas. - Você precisa comer alguma coisa.

- Não precisava.

- Pelo amor de Deus Lana! - Disse com o olhar gélido. - Não me faça dá em sua boca.

- Ok papai. - Disse mordendo o hambúrguer.

- Bem melhor. - Falou comendo seu lanche.

Eles comeram seus hambúrgueres em silêncio. Ele tinha acertado em cheio, ela estava faminta. Tanto que devorou em um curto espaço de tempo o seu lanche. Tomou um pouco do refrigerante dele e voltou para seu café em seguida pegando uma batatinha passando-a no potinho com ketchup.

- Sério? - Perguntou angustiado. - Coca cola com café?

- Ah! Qual é? Sermão a essa hora da noite não Jason. - Falou irritada.

- Não sei como não engorda só comendo besteiras. - Respondeu zombeteiro.

- Eu vou de bicicleta todos os dias para a empresa lembra? - Falou pegando outra batata. - E antes disso eu corria, quer dizer, ainda corro de vez em quando, então não me preocupo com isso.

- Você corria? - Perguntou surpreso.

- Sempre corri. - Disse tranquila. - Quando morava em Cork corria pelas trilhas que levavam as montanhas e as praias, era maravilhoso. - Disse saudosa. - Agora corro pela selva de pedras que nunca dorme. - Completou tomando café.

- Mesmo assim, deveria maneirar. - Disse pegando mais batatas.

- Não tenho tendência para engordar, então não se preocupe. - Disse dando de ombros. - Sou uma namorada atlética.

- Namorada? - Perguntou a fitando nos olhos.

- Sou uma namorada de mentirinha. - Falou terminando seu café. - Será que podemos pedir outro? - Completou balançando o copo vazio.

- Por favor? - Falou chamando uma moça simpática.

- Posso ajudar? - Perguntou prestando atenção nele esquecendo da garota em sua frente.

- Mais um copo de café. - Respondeu distraído.

- Apenas isso? - Perguntou esperançosa.

- Sim, por favor. - Respondeu tomando seu refrigerante.

- Ah meu Deus! - Falou Lana rindo. - Mais um pouco e ela se ofereceria no lugar do café.

- Ciúmes namorada de mentirinha? - Indagou malicioso.

- Por favor, o senhor é meu chefe e não vai ser agora que vou começar a nutrir uma paixonite aguda como todas as mulheres daquela empresa e é obvio como essa garota iludida. - Falou a vendo se aproximar com o café entregando a ele.

- Não é para mim .É para minha namorada. - Disse deixando Lana sem reação e a garota triste. - Obrigada.

- Por que fez isso? - Perguntou tensa pegando o café.

- Para não nutrir nenhuma paixonite aguda como você mesma disse na pobre garota. - Respondeu tranquilo.

- Mas, não precisava dizer isso. - Falou tomando o café.

- Eu não sabia que as funcionárias da empresa sofriam de paixonite aguda, aliás nem conhecia esse termo. - Falou irônico.

- Ora! Não se faça de bobo, o senhor sabe muito bem que é bonito e que causa suspiros onde passa. - Disse comendo uma batata.

- Primeiro, já pedi para não me chamar de senhor. - Disse a vendo revirar os olhos e por algum motivo gostou daquilo. - Segundo, eu não me faço de bobo e terceiro não sabia que me achava bonito. O quão me acha bonito?

- O que? - Indagou nervosa estalando os dedos. - Eu não acho...

- Mas acabou de dizer. - Falou se divertindo com seu nervosismo.

- Eu não quis dizer que o acho bonito. Eu estava falando das mulheres lá da empresa apenas. - Falou se remexendo na cadeira.

- Sabe Lana eu acho muito divertido te vê ficar nervosa sabia. Dá vontade de mexer ainda mais para saber onde isso vai dá. - Sussurrou debruçado sobre a mesa que os separava.

- Eu não estou nervosa. - Disse olhando para os lados.

Jason chamou mais uma vez a atendente que dessa vez veio sem ânimo e pediu mais refrigerante e batatas fritas. Lana tomava seu café em silêncio franzindo de vez em quando a testa e isso denunciava que estava pensando em algo que a perturbava. Era interessante reconhecer esses traços nela, pensava ele consigo mesmo.

Fazia muito tempo que não ficava assim de bobeira com alguém, fora quando se encontrava com o Brian. E mesmo vestidos daquele jeito tudo parecia se encaixar de uma forma tão simples que ele passaria a noite inteira ali em silêncio apenas olhando para ela. Mas, ele precisava de respostas e decidiu que agora era uma boa hora.

- Lana.- Chamou trazendo sua atenção para si.

- Sim.

- O que o Eric te disse? - Perguntou direto.

- O que? - Perguntou nervosa.

- Você ouviu o que perguntei. É obvio que ele disse ou fez algo muito mais sério para te deixar em pânico. Não pode ter dado em cima de você simplesmente e ter te deixado em pânico assim. Observei você na festa, vim um senhorzinho dá em cima de você e tirou de letra, mas com o Eric foi diferente.

- Não foi nada demais, vamos deixar isso de lado ok?! - Disse baixando os olhos.

- Olhe para mim. - Exigiu em um tom perigoso até para ela. - O que aconteceu? - Perguntou novamente quando depois de lutar contra si mesma levantou os olhos para ele.

- Para entender o que aconteceu eu precisaria voltar ao passado. - Respondeu baixinho depois de segundos que pareceram eternos.

- Do que está falando? - Perguntou cauteloso.

- Sabe aquele rapaz que você conheceu no Leviêr? - Indagou receosa.

- Sim. - Respondeu temendo o que viria a seguir.

- Eu o conheci na faculdade em Atlanta.

- Pensei que tivesse se formado em Nova York, é o que diz em seu currículo.

- E me formei, mas antes eu estudei um período em Atlanta. Fiz questão de que retirassem isso do meu histórico escolar. Depois do que aconteceu não tive condições emocionais de continuar lá, por isso consegui me transferir e terminar a faculdade aqui.

- O que exatamente aconteceu?

- Bom, é uma longa história. - Disse esquecendo seu café.

- Conte do começo então. -Falou esperando que ela começasse a falar. – Lana?

- Tudo começou quando o Edgar passou um tempo insistindo para que eu saísse com ele, sempre dizia não, mas ele não desistiu. Eu trabalhava em uma lanchonete, então todos os dias o Edgar dava um jeito de aparecer, também tínhamos algumas aulas juntos, então sempre estava por perto. Até que um dia resolvi ceder, parecia o certo, eu estava interessada, eu queria dá uma chance a ele. - Disse não percebendo o quanto estava apertando com força o guardanapo em suas mãos. - Bom, fomos jantar, o Edgar era muito rico, me levou em um restaurante chic no seu carro caro e durante todo o encontro foi tudo maravilhoso e eu pensei seriamente em dizer sim aos seus pedidos e começar um relacionamento com ele, mas quando ele me deixou em casa, ele...

- O que ele fez? - Indagou fechando seus punhos.

- Ele me beijou dentro do carro. - Disse com a respiração pesada. - Depois pediu para subir e eu recusei é claro, afinal era apenas um primeiro encontro, mas o Edgar não estava acostumado a ouvir não, ele insistiu e eu mais uma vez disse não. Então ele me agarrou e tentou transar comigo ali mesmo. - Disse não percebendo que o homem a sua frente travara o maxilar em ódio. - Quanto mais eu dizia não, mas ele investia em cima de mim, então em um impulso o soquei em seu nariz com toda força usando meu cotovelo conseguindo me livrar dele correndo para casa. É lógico que ele não perdoaria, então no outro dia assim que cheguei no Campus eu descobri que estava nas redes sociais em anúncio para programas sexuais com uma montagem de uma foto minha seminua. O reitor da faculdade me chamou até sua sala e quando eu acusei o Edgar de bulling e assédio sexual qual foi minha surpresa? - Indagou para si mesma rindo nervosa. - Ele ficou do lado do filho da mãe só porque ele era rico e com certeza seu pai financiava a Instituição. Ainda levei uma semana de suspensão. Mesmo tendo deletado minhas contas nas redes sociais, mesmo tendo mudado de número ainda fui alvo durante muito tempo de piadas maldosas nos corredores da universidade. Sabe como os homens podem ser cruéis, não é?

- Lana, eu...

- Mas, aí eu conheci o Phil. - Disse o cortando.

- Phil? - Indagou curioso. - Phil, aquele rapaz de quem me falou em seu apartamento?

- Sim. - Respondeu um pouco mais relaxada. - Ele foi minha salvação. No início até pensei que ele era só mais um idiota que queria tirar proveito da situação, fui grosseira e mal-educada com ele. Principalmente porque ele era amigo do Edgar, como se alguém conseguisse ser amigo daquele babaca. Mas, como eu disse o Phil foi minha salvação. Ele se provou ser um homem gentil, amigo, leal e amoroso. Ficamos amigos e bom...

- Eu sei o que sentiu. - Disse a confortando. - Foi assim comigo quando conheci o Brian.

- Eu não aguentava mais conviver com tudo aquilo, foi então que o Phil confessou que tinha um sonho maluco de fazer um mochilão pelas praias do Brasil, ele também disse que esteve doente, mas que se sentia melhor e não queria perder a oportunidade de viajar. Então ele perguntou se eu queria ir com ele, que dinheiro não seria problema, afinal ele também era muito rico. No começo fiquei com medo, mas depois.... Eu sabia que essa era a melhor decisão a se tomar. Meu irmão no início não quis aceitar, mas depois de eu prometer que voltaria no semestre seguinte me dedicando integralmente a faculdade, ele autorizou.

- Seu irmão realmente age como um pai, não é? - Indagou sem tirar os olhos dela.

- Ele age sim, é muito super protetor também e quer saber? Eu não me importo. - Disse tomando seu café que já estava frio.

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