Lana foi abrindo os olhos aos poucos para ir se acostumando com aquela claridade. Era obvio que não estava em sua casa. Não tinha morrido, pois a julgar pelo ambiente estava em um hospital. Quando abriu os olhos por completo viu sua irmã deitada dormindo no sofá cama e seu irmão sentado ao seu lado em uma poltrona folheando uma revista.
- Gael... - Sussurrou a garota chamando a atenção do seu irmão.
- Lana, você acordou. - Disse largando a revista e pegando na mão da sua irmã. - Como se sente?
- Sonolenta. - Disse a garota. - Minha boca só tem gosto de remédio.
- É normal. - Mais tranquilo vendo sua irmã acordada. - Deve ser o efeito dos remédios.
- Lana? - Você acordou. - Disse sua irmã acordando e levantando apressada para perto dela. - Fiquei tão preocupada.
- Estou bem. - Falou por fim.
- Não, não está. Você nos deu um susto. - Falou sua irmã com lágrimas nos olhos. - Por um instante pensei ter perdido você...
- Ei, está tudo bem agora. - Disse seu irmão tentando acalmar sua irmã caçula.- Que tal ir avisar ao médico que a nossa irmã acordou hein? - Pediu seu irmão.
- Tá. Eu vou, mas não pense que acredito que está tudo bem porque sei que não está. - Falou indo em direção a porta. - Quando eu voltar quero saber de tudo, ouviu?
- Não começarei a dizer nenhuma palavra até você voltar. - Disse Lana cruzando os dedos.
- Ela entrou em pânico de verdade Lana. - Disse seu irmão após um momento em silêncio. - Pensei que não fosse sair do choque em que entrou assim que a viu deitada no chão.
- Eu sinto muito. - Falou sem conseguir olhar para seu irmão. - Sei que prometi não fazer isso de novo, mas...
- Eu sei que sente. - Disse se calando e entrelaçando os dedos de sua mão com os da sua irmã.
- A mamãe...
- Não contei. - Disse quebrando o silêncio. - Não achei prudente. Pelo menos até você acordar e decidir se contaria ou não.
- Obrigada. - Disse vendo sua irmã entrar com o médico.
- Olá senhorita Lana, que bom que acordou. - Disse o médico se aproximando da cama. - Como se sente? - Perguntou examinando seus olhos.
- Estou bem. Um pouco nauseada, mas estou bem.
- É normal, por causa do efeito dos remédios. - Respondeu fazendo algumas anotações em uma prancheta. - Recomendei ao seu irmão e vou falar diretamente com a senhorita, sabe que sua tentativa de suicídio requer um acompanhamento psicológico não sabe? - Falou percebendo o constrangimento da sua paciente. - Temos um especialista de plantão nesse momento, deseja vê-lo?
- Não. - Respondeu convicta. - Eu só quero ir embora, se já estiver liberada.
- Eu entendo perfeitamente mas sabe que...
- Eu entendo que se não morri e estou bem, preciso sair desse hospital o quanto antes se não se importa Doutor.
- Ket – Reclamou Carolyne pela grosseria. - Desculpa Doutor.
- Está tudo bem. - Respondeu o médico sem receios. - Já estou acostumado. - Sendo assim, vou lhe dá alta com uma recomendação de que procure alguém para conversar e que por enquanto não fique sozinha. - Disse olhando para seus irmãos.
- Tudo bem doutor, obrigada. - Falou Gael apertando a mão do médico.
- Quanto tempo fiquei apagada? - Perguntou Lana curiosa.
- Algumas horas apenas. - Respondeu Carolyne.
- Vamos para casa. - Disse Gael.
- Tome, trouxe para você de uma lojinha aqui do hospital. As suas roupas estavam com....
- Está tudo bem Carol. - Disse Gael preocupado com sua irmã.
- Ah Ket. - Disse abraçando sua irmã. - Eu tive tanto medo que tivesse morrido. Por que fez isso?
- Eu estou aqui Carol, não vou a lugar nenhum por enquanto. - Disse retribuindo o abraço. - Vamos para casa por favor.
Ao descer do táxi e olhar para seu prédio, Lana não pôde deixar de sentir uma grande tristeza em seu coração. Viu alguns moradores saírem e olharem para ela e cochicharem entre si algo que ela sabia que era referente a briga de logo cedo. Entrou com seus irmãos e sequer olhou para o porteiro, indo direto para o elevador.
Ao chegar em casa, estancou no meio da sala com a bagunça e o sangue misturado ao vinho espalhado por todo o apartamento. Seus irmãos fecharam a porta e ficaram esperando sem saber o que dizer. Gael correu para ampará-la assim que a viu desmoronar no sofá e chorar.
- Ei, calma. Shiii! Eu estou aqui. - Disse seu irmão a abraçando forte. - Estamos aqui.
- Isso mesmo irmã. - Falou Carolyne se ajoelhando aos seus pés. - Estamos aqui.
- Ele me traiu. - Disse Lana após um tempo chorando. - Ele estava me traindo há seis meses com a recepcionista.
- Aquele desgraçado. - Disse Carolyne se levantando. - Então, por isso que ele não está aqui e também não consegui falar com ele quanto tentei ligar. - Disse se calando ao ver o olhar de repreensão do irmão pedindo para ela se calar.
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