Não Queria Sejamos Casais? Ok, Me Chame De Cunhada！ romance Capítulo 1

Na cidade do Rio de Novembro, chove sempre continuamente todo mês de maio.

Ao entardecer, com a chuva dando uma trégua, o ar úmido se misturava com uma névoa branca e leve, até as rosas selvagens à frente do hotel absorviam aquela melancolia úmida.

No jardim do salão privado, Tania Vargas encostada à parede do alpendre, observava o homem belo e loquaz à sua frente, com um vislumbre de impaciência nos seus olhos.

"Então, você percebeu, não é? Eu não vou gostar de você, muito menos me casar com você. Não importa como é que este noivado surgiu, mas aconselho a que desista da ideia de se casar comigo o quanto antes."

O homem que falava era Samuel Fontes, conhecido como um médico renomeado e de grande valor.

Tania sabia pouco sobre ele, apenas que o único laço entre eles vinha de um compromisso arranjado desde o berço.

Que clichê!

Cansada de ficar de pé, Tania mexeu um pouco os tornozelos e suspirou com uma voz elevada: "Sim, entendi."

"Além disso, não espere que... Hã?" Samuel ainda falava bastante, claramente surpreso pela rápida concordância de Tania e ficou momentaneamente sem palavras.

Fora do alpendre, a chuva começou a cair novamente, batendo nas folhas da bananeira com um som nítido e agradável.

A realidade da chuva trouxe Samuel de volta à razão, e ao focar o olhar, a figura de Tania já tinha desaparecido.

Ele olhou ao redor, mas só restava um vislumbre da saia verde-escura dela ao virar a esquina.

...

Caminhando pelo alpendre, Tania passou pelo corredor até alcançar um terraço envidraçado para apreciar a chuva.

A área de descanso para convidados à direita estava vazia.

Tania ajeitou o vestido e sentou-se a olhar para o céu cinzento lá fora, mas sentia-se surpreendentemente tranquila.

Na verdade, ela e Samuel encontraram-se formalmente pela primeira vez hoje, e o compromisso de infância que os ligava não passava de uma convenção, nada de amizades de infância.

No fundo do Jardim de Lágrimas, sob um pavilhão octogonal, sentado imponente diante de uma mesa de pedra, estava um homem que capturou a sua atenção.

Nos seus vinte e dois anos de vida, Tania nunca tinha visto um homem que vestisse preto com tanta elegância.

A camisa preta, as calças pretas, os sapatos de couro impecáveis, os braços com as mangas arregaçadas apoiados na mesa de pedra, e o leve desabotoar do colarinho pareciam exalar um ar selvagem e indomável.

Nesse pequeno espaço, Tania sentia a poderosa presença dele.

"Sr. Arthur, eu reconheço o meu erro, por favor... me salve..."

O pedido de socorro soou novamente, fazendo Tania balançar a cabeça para clarear os pensamentos e, ao olhar para o chão de tijolos úmidos, viu um homem de meia-idade, magro e com uma expressão de dor intensa.

Percebendo a gravidade da situação, ela percebeu que tinha entrado onde não deveria.

Nesse momento, o homem conhecido como Sr. Arthur levantou lentamente a mão, alisando cuidadosamente as dobras da manga, enquanto sua voz grave e magnética ecoava: "Parece que você se esqueceu das regras da RN!"