No Alemão romance Capítulo 2

Natália - Narrando

Aqui estou eu em mais um dia deste inferno que eu chamo de vida, hoje tinha baile e consequentemente mais uma sessão de tortura com aquele cretino do Muralha.

Faz 3 anos que estou nesse inferno, 3 anos vivendo debaixo do teto deste cretino, 3 anos que meu pai fez a pior coisa do mundo, me vender como se eu fosse uma mercadoria em troca de dívida de drogas... Isso mesma fui vendida para Muralha o dono do morro do alemão, nunca quis essa vida pra mim, agora aqui estou eu morando com ele e com minha irmã mais nova pois o desgraçado que se dizia meu pai morreu ano passado de overdose, quase todo santo dia ele me bate, me xingar, sempre está drogado ou bêbado, me estupra nunca soube o que era prazer pois isso eu nunca tive em nenhuma de minhas noites com eles, em toda minha vida Muralha foi o único ao qual me tocou e ele sabe disso, desde os meus 15 com ele, ele tirou minha virgindade, somente ele me comeu e mesmo assim gosta de me chamar de puta e eu escuto muitas vezes calada pois se eu revidar será bem pior para mim...

Os únicos amigos que eu tenho são Matarindo que é melhor amigo de Muralha e namora minha melhor amiga há um ano Gabriella, São um casal da porra ele sempre respeitou ela, acho muito fofa a relação dos dois.....

Estava arrumando a casa quando Ághata chegou do colégio, ela estudava na barra o muralha que paga, pelo menos isso esse cretino faz, ela era o motivo ao qual eu sempre continuava lutando, eu amo aquela pestinha pequena

- Oi Naty - fala com um sorriso travesso nos lábios

- Oi meu amor, como foi a escola hoje? - pergunto

- Foi ótima Naty, minha diretora quer que você vá lá falar com ela sexta - ela me entrega um papel

- Vou falar com o Muralha tá ? - ela apenas assenti

Nesses três anos ao qual estou com o Muralha, ele nunca me disse seu nome, apesar que não trocamos muitas palavras não, somente o necessário do necessário, nossa comunicação é realmente restrita a violência

- Vai tomar banho porquinha e desce pra almoçar.

- Tá certo

Ela subiu correndo e eu fui botar a mesa, botei a mesa e subir pra tomar um banho estava com cheiro de água sanitária e detergente.

Tomei meu banho e desci pra comer, logo Ághata desceu e nos sentamos na mesa quando escuto o barulho da porta abrindo e meu corpo todo contraiu sabia que era ele, mesmo sabendo que ele não faria nada comigo na frente de Ághata ele nunca me bateu na frente dele, mesmo ela sabendo o inferno que vivo, não que eu tenha contado mas Ághata nunca foi besta.

- Oi Naty, tem rango aí? - Falou Matarindo sempre com um sorriso no rosto.

- Tua mulher cozinha mais não é ? - pergunto rindo

- Até cozinha mas ela foi visitar a mãe na barra tlgd ?! - fala com uma cara triste no rosto e eu apenas nego com a cabeça

- Tô ligada, tem arroz, feijão, verdura na geladeira, refrigerante e suco e tem estrogonofe na frigideira.

Logo vi Muralha me olhando mas ele não trocou nenhuma palavra comigo e eu também não troquei nenhuma palavra com ele.

- Vai pro baile hoje Morena ? - Muralha me olhou com um olhar matador, como sempre

- Não sei - até parece que eu controlo algo na minha vida

- Vai sim - escutei aquela voz rouca e grossa que arrepia todos os pêlos do meu corpo

Comemos e sempre Aghata e Matarindo me fazendo rir, eles me davam um pouquinho de alegria.

- Bom vamos indo Naty, até mais tarde, tchau comparcinha - deu um beijo na testa de Aghata e os dois saíram

Passei a tarde assistindo com Aghata e fazendo a atividade de casa dela, quando terminamos ela me pediu pra irmos tomar sorvete.

- Vamos logo Aghata

-Tô indo mulher deixa de ser apressada

Ela desceu as escadas e eu rir parecia uma mulher velha, tem nem tamanho uma merda dessa

Ela me deu a mão e fomos andando devagar pra sorveteria, estávamos passando e algumas pessoas olhavam pra mim com pena outras com nojo, todos sabiam como eu vivia pois Muralha já havia batido em mim diversas vezes no meio da rua e algumas putas me olhavam com desdém, não sei pq ele não fica com elas,ele NUNCA levou nenhuma delas lá e nem NUNCA escutei história dele com essas putas daqui andando pra cima e pra baixo pq nenhuma delas aguentava, ele antes de mim só teve uma amante e ela só ficou ao seu lado por 6 meses, eu certamente era a que mais durou e dura até hoje, ou que tive a sorte de continuar viva talvez

Chegamos na sorveteria e Aghata escolheu o dela e eu o meu, fomos pra praça e de repente sinto alguém pulando em mim

-AMIGAAA - Gabi fala toda eufórica

- Aí mulher, que foi? - eu quase não tinha mais coluna

- Nada só saudades mesmo, cadê a menina de dinda?

- Oi dinda - Aghata fala correndo até ela

- Oi meu amor - Gabi deu um abraço nela e Aghata volta a brinca

- Como é que tá as coisas Naty? - o medo que ela tem em fazer essa pergunta todos os dias

- Tô viva ainda né Gabi - Bem não tem como tá né?!

- Aí minha amiga, ele te bateu? - não seria novidade

- Ainda não, mas vai me bater hoje, uma fatídica rotina - falo tentando me conformar mais uma vez

- Ele acha que tu fez alguma coisa? - pergunta com pena do olhar

- Ainda não mas hoje tem baile e ele sempre arruma alguma coisa, tô cansada disso Gabi, eu nem faço nada mas ele sempre cisma.

- Eu sei meu amor, pense na Aghata - sempre penso

- É nela que eu penso todos os dias minha amiga - me escorei em seus ombros

Era ótimo ter um ombro amigo pra me ajudar nessas horas, mas assim é a vida de mulher de bandido mesmo que eu tenha sido arrastada sem querer essa fama.

- Eu vou pro baile com você e hoje nós duas vamos nos sentar do lado deles e ficar quietinhas pra você pelo menos se curar dos machucados do baile passado.

- Obrigada amiga - dei um abraço nela

Já era 17:30 quando tava indo pra casa com Gabi, quando parou uma moto do meu lado, sabia bem quem era, aquela moto gigante com um desgraçado cheio de tatuagem montado

- Sobe aí - Muralha fala e tenho certeza que esse é o recorde de vezes que ele falou comigo num dia só

Subi sem questionar, botei Aghata no meio e ele voltou a subir o morro numa rapidez que Deus me livre, haja coragem pra andar na garupa desse homem.

- Arruma a Aghata que vou levar ela lá pra Cátia - fala comigo de novo, minhas costas já sentem os chutes

- Tá certo - falo

Peguei Aghata no colo e subi as escadas com ela e botei pra tomar banho e vou entrando no banheiro quando escuto Aghata

- O irmã deixa eu tomar banho só, já sou grande - é cada uma que eu escuto

- Vai lá grandona

Ri e sair de lá pra procurar sua roupa, peguei seu short e uma blusinha, botei uma roupinha de dormir e seu uniforme da escola, só ia ver ela amanhã depois da escola, tava tudo prontinho

Logo ela saiu do banheiro e veio até mim, vesti ela e ajeitei seus cabelos, eu e ela tinha um cuidado tão grande com os cabelos, os cabelos longos era herança de família

- Pronto, tá uma princesa - falo sorrindo

- Vou descer pro tio Muralha me levar ? - o coração da criança é puro né?

- É sim, vamos lá - dou a mão pra ela

Descemos e Muralha tava no sofá assistindo futebol, eu amava futebol sempre tive uma paixão incompreensível por futebol.

- Jogo de quem? - pergunto

- Chelsea x Manchester United - ele responde pegando as chaves da moto

- Hmm, Ela tá pronta - falo e ele me encara

- To com o olho no cu agora, vamo logo - ele sai de casa

Ele botou ela na moto e desceu o morro, eu assisti um pouco do futebol e quando vi que o Chelsea ia perder, fui tomar meu banho.

Estava terminando quando alguém bate na porta.

- Vai demorar muito porra ? - esse doce de pessoa, todos sabemos quem é

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