Natália - Narrando
tava super animada com Elisa dançando, até tinha esquecido o que havia acontecido a algumas horas atrás.
não sei de onde aquele homem tirou que eu estava olhando pra ele, eu tava conversando com Elisa sobre sua neguinha dos cabelos platinados, somente isso.
- eai Elisa, desistiu de paquerar por hoje ? - perguntei a ela que negou com a cabeça
- não, tô esperando meu irmão pra não te deixar sozinha
- tô com o casal 20 ali - aponto pro Matarindo e Gabi
- mas não vou te deixar segurando vela né - logo vi ela já descendo as escadas
- não disse que ia ficar comigo ? - ela ri
- teu boy tá subindo, vou atrás da minha neguinha - aponta pra ele
- vai lá, quero conhecer ela visse - falo e ela sorri maliciosa
- amanhã no café da manhã - palhaça
- kkkkkkkkk ridícula
fui até Gabi que tava sentada com os pés pra cima, pedindo socorro ou parecia isso.
- É muito ruim tá grávida ?
- as vezes é menos favorável, mas é muito bom você ter o sentimento de ser mãe
- aí que bom
- quando tu e muralha vão ter o de vocês ?
- nem sei se ele quer filho.
- Ele quer sim, o sonho de muralha é ter um herdeiro - Matarindo fala
- comigo ? duvido muito
- Tu ainda tem dúvida do quanto ele te ama ? - Gabi
- Eu acho muito pouco provável, as vezes. Mas não duvido dele. - cancelamos o assunto quando ele chega e se aproxima da gente
- resolvido ? - Matarindo pergunta tomando sua cerveja
- claro, não brinco em serviço - fala e se senta ao meu lado - Tá melhor ?
- Tô sim, obrigad
ficamos conversando algumas besteira. Eu me sentia tão completa, tão realizada, eu sentia falta disso, de ter uma família, de pessoa que se importasse comigo. Mesmo com todos os defeitos, Muralha me mostrou ser uma pessoa completamente diferente por baixo dessa armadura que ele fez, ele é um muralha totalmente diferente, ele é o meu ****.
quem diria em bandido, roubei o coração do maior bandido das favelas, o sanguinário e frio. Sou foda pô, me respeita, mas também fui assaltada, ele me têm de todas as formas possíveis, ele me deixa vulnerável com um toque, ele abaixa todas as minhas guardas apenas com um olha, eu fico molhada só por um sorriso de cafajeste que me enlouquece, eu sou a sua salvação e ele é minha perdição, equilíbrio perfeito.
- vamos pra casa ? - Muralha perguntou
- vamos, tô cansada
- e olha que quem tá grávida sou eu - Gabi
- Tu vai usar isso pra tudo agora né ?
- claro
me despeço deles, e vamos para casa
- Elisa tá em casa ? - ele me pergunta
- deve tá no quarto com a neguinha dela.
- Se ela conseguir pegar essa, ela gama
- ela é tua irmã pô, gama nada
- por isso mesmo, eu tô gamado até hoje numa certa morena - me puxa p perto dele e eu boto as mão em sua nuca
- E é ? - pergunto
- São quase 5 ou 6 anos já
- Acho que 5, não me lembro direito
- Nath, Eu..... é deixa pra lá - ele fica tão sem graça e eu o beijo
- É.... eu também - Eu sabia o que ele ia falar, eu acho - vamos dormir, tô cansada demais, sem Catarina fica difícil
- vamos
A gente sobe e eu troco de roupa, e me deito na cama. Trocamos alguma carícias mas não passa disso.
Graças a deus que dormi feito uma pedra e não precisei escutar a putaria de Elisa.
- acorda aí - Muralha me empurra da cama e eu caio no chão
- aí minha bunda - falo passando a mão na minha bunda
- tô tentando te acordar faz tempo pô
- o que foi ?
- nada, tô com fome
- porra muralha, tem bolo lá embaixo e tem suco na geladeira.
- vai Natália, quero sanduíche
- quando tu tá sozinho, tu faz - falo me levantando e indo até o banheiro
- mas como você é uma mulher muito boazinha vai fazer pra mim né ?
- deixa eu escovar os dentes
Escovo os dentes e faço um coque no cabelo, ele continua curtinho, não deixei ele crescer mais, nem troquei de roupa.
Desço e faço uns sanduíches, faço ovo pq Elisa adora, faço um café bem quentinho (Eu odeio, mas Elisa toma né), tava sem suco na geladeira nessa merda, faço um de laranja e boto o bolo na mesa
Termino de arrumar a mesa e muralha desce pra comer, nos sentamos e comemos
- Vai pra boca hoje ? - perguntei
- Vou sim, quer alguma coisa ?
- vai vim almoçar em casa?
- Acho que sim, só tenho carregamento e uns bagulho lá pras três
- vamo no mercado comigo, aqui tá sem nada, nem coisa pra fazer almoço tem.
- Tu tá sem besteira ? meu deus, que milagre
- Ah, não meus lanches tem ainda.
- Claro né
- Bom dia família - Elisa aparece - quero apresentar pra vocês - puxa a neguinha, desgraçada conseguiu - essa aqui é a Ana Júlia
- Satisfação Ana Júlia, sou Natália e esse é Muralha
- Satisfação - fala toda tímida, ela era realmente muito bonita, cabelo curto cacheado e platinado, moreninha e aparentava ter minha altura.
- Sentem pra comer - falo, Muralha ainda não havia falado nada, só observava e prestava atenção na sua comida
A mesa ficou um silêncio, só Elisa e Anaju ( já dei apelido) que se falavam baixinho.
- Então de onde você veio Ana ? - pergunto
- De Fortaleza
- Sua família é de lá ?
- Não, tinha ido pra trabalhar
- Ah, entendi
- quantos anos ?
- 20
Muralha se levanta e bota seu copo e prato na cozinha e volta.
- Venho te buscar as 13:30, não se atrasa - me dá um beijo e sai
- Não vou me atrasar - falo enquanto vejo ele indo - Voltando ao assunto, tu é prima de Gabi né ?
- Sou sim, de segundo grau
Conversamos por algum tempo, ela me ajudou a tirar a mesa e a lavar os pratos, enquanto Elisa tinha ido se arrumar pra ir para boca.
- Aquele é o dono do morro né ? - me pergunta
- Muralha ? é sim
- Você é casada ?
- Não é bem assim, estamos juntos a 5 ou 6 anos, não lembro bem
- uau, não achei que esses caras tivesse um relacionamento tão duradouro
- Não somos o casal perfeito, mas agora somos felizes - dou um sorriso pra ela, que me devolve.
- tô indo pra boca Ana, quer que eu te deixe em casa ? - Elisa pergunta quando chega na cozinha
- ah, quero sim. Obrigada pelo café
- disponha, volte sempre viu - falei olhando p Eli
As duas saem e eu vou arrumar minhas coisas, boto um brega bem alto e pronta p gandaia.
Nunca tive frescura nenhuma de arrumar a casa não, até porque eu sempre fui a mulher mais velha da casa depois que minha mãe morreu, então só me resta aceitar né. as vezes tenho dúvidas se mamãe morreu mesmo, não teve enterro, nem nada, meu pai apenas disse que ela tava morta e não falou mais dela, mas também sei que se mamãe tivesse viva não deixaria eu e Aghata sozinhas, eu fui literalmente a mãe de Aghata.
Eu tinha apenas 13 anos quando ela morreu e Aghata tinha 5 anos, eu criei ela, virei mãe muito cedo, mas não me arrependo de nada em relação a Aghata, ela é a minha vida todinha, eu a amo mais q qualquer outra coisa, fico feliz em vê-la realizando seu sonho, mesmo que seja longe de mim.
- Patroa, o chefe mandou avisar que daqui 1 hora chega aqui, pra não se atrasar - Formiga fala
- tá certo, Lucas valeu - ele me encara torto
- Formiga, Natália
- Gosto do teu nome
- só ideia errada - ele ri e sai
Subo pra me arrumar e tomar um banho, amo um solzinho
Visto minha roupinha e decido tirar uma foto.
- tá pronta ? - Muralha pergunta entrando no quarto
- tô sim
- vou pegar meu boné - ele vai até o closet e logo volta com o boné virado pra trás
- Vamos
Pegamos o carro e fomos pro supermercado
- Compra os bagulho logo que eu não tenho paciência - ele fala
Fiz a feira pro mês todo, porque o que faltasse eu podia comprar na venda durante o mês, mas não seria uma feira toda.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: No Alemão