No Coração da Fera romance Capítulo 8

Levi para em frente a porta dela e dessa vez ele decide bater na porta.

– Sra. Doertz, me deixe em paz, diga aquele homem que eu não vou descer! – Diz ela colocando seu rosto entre os travesseiros.

– Sra. Keller, eu posso entrar? – Diz ele encostado na porta, ela senta-se na cama.

– Não, eu quero ficar sozinha.

– Não me obrigue a ser rude com você, permita-me entrar. – Ela fica em silêncio e ele tenta abrir a porta, mas dessa vez ela trancou. – Sra. Keller, abra a droga da porta, um chute e eu derrubo essa merda, então abra agora. – Ela suspira, caminha até a porta e a abre, ficando na frente não permitindo a entrada dele.

– O que você quer? – Questiona ela cruzando os braços.

– Você está me chateando, qual é a sua hein?

– Vá conversar com o seu chefe, diga a ele que a esposa dele está te chateando, o que é algo que o senhor advogado de ego gigante, não pode aceitar. – Responde ela tentando fechar a porta, mas ele coloca o pé. – Droga, me deixa em paz. – Diz ela se afastando da porta.

– Qual a dificuldade que você tem em entender o básico? Você acha mesmo que é uma boa ideia ficar me desafiando o tempo todo? Quem você acha que irá te proteger?

– O meu marido, eu tenho um, não tenho? Ou ele me arrastou para essa droga de vida, apenas para deixar um filho da puta me maltratar, eu que pergunto, qual é a sua?

– Olhando assim, você até parece uma mulher indefesa, mas é isso que vagabundas fazem, não é? Ainda mais as iguais a você, usam da sedução para enganar os homens idiotas. – Diz ele se aproximando e levando a mão ao rosto dela.

– Não me toque, eu já te falei isso. Você é um tarado, um aproveitador, você nunca mais voltará a tocar em mim! – Diz ela se afastando.

– Você não perde por esperar, você vai engolir suas palavras. – Ele a pega pela mão e sai do quarto.

– O que você está fazendo? Me solta. – Diz ela tentando soltar sua mão, enquanto ele a arrasta pelo corredor.

– Cansei de conversar com você, cale a boca. – Ele a leva até a sala de jantar, onde a Sra. Doertz está parada ao lado da mesa que já está posta. – Sente-se. – Ordena ele e ela segue de pé. – Não vou falar novamente. – Ele fala sem paciência e ela decide obedecer, ele senta-se e não troca uma palavra com ela enquanto começa a se servir. – O que você está esperando?

– Eu não quero. – Responde ela com raiva, mesmo estando com fome.

– Você pretende fazer greve de fome? Eu juro que não me importo, por mim você pode morrer que eu não ligo. – Diz ele com desdém e ela cruza os braços sem falar nada. – Meu Deus, tem que ter paciência para aguentar você. – Ele pega o prato dela e a serve com coisas aleatórias, pois não sabe do que ela gosta, ele coloca o prato na frente dela. – Comece a comer! – Ela observa o prato e sorri maldosamente.

– Eu disse que não estou com fome, você vai fazer o quê? Me obrigar a comer? – Debocha ela.

– Se for preciso, sim! Eu vou obrigar você.

– Então tente. – Desafia ela. – Além de ser um advogadinho qualquer, é o meu empregado particular. – As palavras dela são cheias de deboche, ele solta seus talheres, levanta-se e para na frente dela.

– Você gosta de provocar, vamos ver quem desiste primeiro. – Ele pega o garfo, enche de comida e leva até a boca dela, ela fecha-a sem permitir que ele a alimente. – Você vai se arrepender. – Ele aperta as bochechas dela fazendo-a abrir a boca, levando o garfo cheio de comida, ele não permite que ela abra a boca novamente. – Agora engula. – Diz ele observando as lágrimas escorrerem do olhar dela, são lágrimas de raiva que Kaira não consegue controlar, ele a solta quando observa que ela engoliu. – Você quer que eu continue? – Pergunta ele cheio de sarcasmo na voz.

– Não, muito obrigada, eu posso fazer isso sozinha. – Diz ela controlando sua raiva, enquanto observa-o, assim que ele termina de sentar-se, ela levanta-se apressada e vira o prato na cabeça dele, Sra. Doertz leva a mão à boca com aquela cena, enquanto ele fecha os olhos com raiva. – Eu não gosto desse tipo de comida, quando eu falar não, você aprenderá a respeitar, na próxima eu quebro o prato na sua cabeça. – Diz ela cheia de raiva encarando-o, enquanto ele segue de olhos fechados.

– Sra. Doertz, avise a todos os empregados que essa mulher não comerá nada nessa casa, até que ela se desculpe pelo seu comportamento, qualquer um que ajudá-la, será castigado! Não me importo em vê-la definhar de fome.

– Será um prazer morrer, melhor do que ter que aturar você. – Diz ela caminhando até a porta, ela para e vira-se para ele que está matando-a com seu olhar carregado de raiva, ela leva o seu olhar até a governanta. – Sra. Doertz, avise aos empregados, que até que meu marido descida dar as caras e sair daquele maldito quarto, eu que dito as regras aqui e não esse advogado de quinta categoria. – Diz ela saindo, Levi dá um sorriso de canto de lábios.

– Sr. Schneider o que eu devo fazer? – Questiona Anabela o tirando de seus pensamentos.

– Deixe-a achar que está no controle. Afinal, ela é a senhora da casa. – Diz ele levantando cheio de raiva pela comida estar escorrendo pelo seu corpo, ele vai para o seu quarto.

Em seu quarto, Kaira tomou banho e voltou a colocar a mesma roupa que chegou naquela casa, pois ela foi simplesmente jogada ali, sem direito de escolha. Durante a madrugada, ela abre a porta do quarto devagar e observa a escuridão daquele corredor, ela caminha até o quarto de seu marido e tenta abrir a porta, sem sucesso ela dá leve batidas.

– Sr. Keller, por favor, abra a porta e converse comigo, por favor. – Diz ela com a cabeça encostada na porta. – Eu só quero entender o que está acontecendo, por favor. – Ela senta-se virada para a porta, apenas a voz dela é audível naquela escuridão, ela não percebe o homem parado um pouco afastado dela, ele se encosta lentamente na parede para não fazer barulho. – Eu não me importo com a sua aparência, se esse é o problema, por favor. Por que eu estou aqui? Qual acordo você fez com a minha família, para que eles me entregassem a você, de uma forma tão baixa. – Diz ela chorando baixinho. – Por favor, Sr. Keller, me deixe ir. Eu não pertenço a esse lugar, eu tenho uma vida fora daqui. – Ela coloca a mão na porta, dando leves tapas. – Eu não mereço isso, não mereço esse tratamento que tenho recebido, já que casou comigo, tenha a decência de se apresentar a mim! – Ela segue sem respostas, depois de muito tempo sentada em frente aquela porta o único som audível naquele ambiente é dos animais lá fora, Levi caminha até o interruptor e acende a luz clareando o corredor, ele observa Kaira encolhida em frente a porta e percebe que ela pegou no sono.

– Que tipo de joguinho essa mulher está fazendo. – Resmunga ele indo até ela, ele a pega no colo, ela ajeita sua cabeça no peito dele, que suspira ao observar.

Levi a leva até o seu quarto e a coloca na cama, cobrindo-a com o lençol, ele fica de pé observando-a por um longo tempo.

– Tem alguma coisa muito errada acontecendo, pense Levi, pense. O que você não está vendo? – Diz ele para si, saindo do quarto.

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