Ponto de vista da Victoria
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"Alô", atendi a chamada, ainda bocejando. Olhei as horas e o relógio marcava 11 horas da manhã.
Quem ousaria atrapalhar o meu sono da beleza num domingo? Era bom que houvesse uma ótima razão para aquilo.
"RIa!! Venha para a casa da alcateia o mais rápido possível. Mandei um dos nossos motoristas buscar você no seu endereço", disse a minha madrasta do outro lado da linha. Saltei abruptamente da cama ao notar a tensão em sua voz.
"O Sr. Walsh está bem?", perguntei, pensando no pior cenário possível, já que era a primeira vez na vida que ela me ligava. Eu estava zangada com o meu pai por ele ter largado a minha mãe por outra loba, mas isso não significava que eu não me importava com ele.
Sim! Você leu certo! Não me refiro ao meu pai como 'PAI', mas, sim, pelo seu sobrenome. Parei de chamá-lo de 'PAI' no dia em que minha mãe morreu.
"Ele está, mas não por muito tempo. Então, melhor se apressar!" Com essas palavras, a ligação foi encerrada do outro lado. Rapidamente, comecei a colocar algumas roupas na mala e corri para o banheiro para me arrumar.
'Deusa da Lua, por favor, mantenha ele e a todos seguros', rezei em silêncio.
***
Depois de duas horas…
Voltar para a alcateia onde nasci após 17 anos foi uma sensação bastante agradável.
Alcateia... Até a palavra soava estranha para mim, especialmente quando não havia ninguém lá que gostasse de uma humana fraca como eu. Mas eu já havia deixado de me sentir triste há muito tempo, porque aprendi a me contentar com a minha vida. Eu era instrutora de artes marciais e já não dependia mais do Sr. Walsh.
Voltando à realidade, olhei em volta e pude notar que poucas coisas mudaram naqueles anos todos. Ainda assim, podia ver o desprezo e o ódio nos olhos de algumas pessoas. Entrei na casa do Sr. Walsh, um lugar onde guardo algumas das memórias que tenho da minha mãe. A minha relação com o Sr. Walsh, sua companheira e a filha deles está longe de ser boa.
Minha madrasta e meia-irmã me odiavam com todas as forças, e o Sr. Walsh me ligava uma vez por semana para saber como eu estava. Eu costumava desligar o telefone toda vez que ele ligava para dar-lhe a entender que ainda estava viva.
Quanto mais me aproximava da sala, com mais clareza eu conseguia ouvir a voz de um homem irritado.
Eu me perguntava qual seria ser o motivo por trás daquilo.
"… Que grande engano! Desde o início, percebi que a idiota da sua filha não estava feliz com a ideia de se casar comigo, mas pensei que ela estava tentando se acostumar com a mudança repentina em sua vida. Eu e minha família confiamos em vocês e vejam só o que conseguimos! Você acha que a minha reputação e a da minha família são uma piada? Você tem noção que a nossa reputação vai ser destruída após este incidente? Todos vão rir de mim, dizendo que fui atrás da filha de um Alfa, mas que acabei me casando com uma humana fraca", ele rugiu.
"Mas que também é filha de um Alfa", disse minha madrasta.
Eu respirei fundo depois de ouvir aquela afirmação.
Só então entendi o porquê de ter sido chamada de última hora. Balancei a cabeça, pensando em todas as formas de fugir dali o mais rápido possível.
"E ela já está aqui", ela acrescentou. Ah, não! Eles devem ter sentido minha presença. Tentei dar um passo para trás, mas senti meu corpo encostando em algo rígido.
'Quando que essa parede veio para cá?', pensei. Mas, ao olhar para trás, dei de cara com quatro guardas parados ali, de braços cruzados sobre o peito.
Engoli em seco, sentido-me nervosa, sabendo que agora só poderia caminhar em direção à sala de estar.
Assim que entrei, meus olhos foram direto para um jovem. Não, ele não era apenas bonito: ele era perigosamente bonito. Com 1,83 m de altura, ombros largos, peito bem definido, barriga lisa e pernas longas, ele definitivamente tinha um corpo capaz de encantar qualquer garota ou mulher. O rosto bem esculpido, a mandíbula forte, o nariz fino e os cabelos pretos e sedosos eram o suficiente para fazer qualquer uma babar por ele, mas o que me chocou mais foram seus olhos castanhos, que mudavam a todo momento. Ele olhou para mim e seu olhar demonstrou surpresa.
Teríamos continuado com nossa troca de olhares sabe-se lá por quanto tempo se não tivéssemos sido interrompidos pela voz do Sr. Walsh.
"RIa, este é o Alfa Nelson, da alcateia Stone Moon. Alfa Nelson, esta é minha filha mais velha, Victoria."
Finalmente consegui me recompor. Ele também pareceu sair de seus pensamentos. Quando ouviu minha apresentação, ele pareceu chocado.
Bem, mas aquilo não era novidade.
Todo mundo fica chocado quando descobre que, mesmo sendo filha de um Alfa, sou humana.
"Está bem! Eu me caso com ela", ele disse, olhando para mim.


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