Ponto de vista de Victoria
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Ele entrou, sentou-se na minha frente e, então, fez algo impensável.
"Peço desculpas", ele disse em um tom baixo, quase inaudível.
"Repita, por favor, não consegui ouvir direito."
"Sei muito bem que você me ouviu", ele disse, em seu tom arrogante de sempre. "E eu não vou repetir o que disse", acrescentou.
"Tanto faz", resmunguei, e já estava prestes a sair quando fui impedida por ele, que bloqueou o meu caminho. "O que foi agora?", perguntei, ficando um pouco irritada.
"Não ouse fugir deste casamento assim como fez a sua irmã", ele avisou.
Quem ele pensa que é para me dar ordens?
"Escute aqui, sr. arrogante, não sou sua escrava para seguir suas ordens de forma submissa", respondi.
"Eu sei que não é, mas você terá que seguir minhas ordens", ele rosnou, dando um passo à frente enquanto eu recuava. Isso continuou até que minhas costas batessem na parede.
Ele colocou as mãos uma de cada lado da parede para que eu não pudesse me mover. Eu podia sentir seu hálito quente e mentolado, e tentei parecer tão corajosa quanto possível.
"Você vai ser minha esposa. Portanto, é melhor começar a agir como tal a partir de agora", ele disse, enquanto com a mão direita ele afastava o cabelo que cobria o meu rosto e o colocava atrás da minha orelha.
"Exatamente. Sua esposa, não sua companheira. Serei apenas sua esposa, que você descartará facilmente após encontrar sua companheira, assim como vocês, lobisomens, normalmente fazem", eu protestei, empurrando-o para longe.
Ele abriu a boca para dizer algo, mas mudou de ideia. Ele me encarou por um momento antes de sair do meu quarto.
Coloquei a mão sobre o peito, sentindo meu coração bater forte. Eu estava tentando me manter calma, mas não conseguia.
Por que eu estava daquele jeito?
Estava zangada por conta do seu comportamento arrogante, mas, ainda assim, eu não conseguia continuar brava com ele.
Eu sabia que poderia parecer pegajosa, mas eu sentia que o conhecia há anos. Era como se houvesse algum vínculo entre nós.
Ok! Chega de besteira! Aquilo tudo estava indo longe demais.
Olhei de novo para a minha cama, onde estava o diário da minha mãe. Andei em direção à cama e peguei o diário. Toquei-o suavemente, com sorriso discreto no rosto. Afinal, aquele diário tinha as memórias da minha mãe. Abri a primeira página e pude ver o meu nome escrito com sua letra: 'Para minha princesa, Victoria'.
'Querida Vic,
Se você está lendo isto, acredito que ou você está se casando com algum lobisomem ou, então, que decidiu ficar na alcateia. E eu posso chutar que a alternativa correta é a primeira, provavelmente.
Sempre soube que não é possível fugir do destino, e odeio o fato de que o seu destino é aqui, entre os lobisomens.'
Franzi a testa após ler aquela frase e me perguntei por que minha mãe tinha escrito aquilo…
'Não se confunda, minha filha. Há tantas coisas que eu quero compartilhar com você, mas eu não posso, pelo menos não nesta fase, porque você é muito jovem para entender, mas, agora que você está lendo este diário, tenho certeza de que já é uma mulher adulta.
Em primeiro lugar, eu quero que você perdoe seu pai pelo que ele fez comigo, porque eu sei que ele não me abandonou de propósito. Nós dois fomos forçados a nos casar por causa das nossas alcateias, mas deixamos claro um para o outro, desde o início, que, se um de nós encontrasse seu companheiro, o outro não iria impedir.
Então, eu teria feito o mesmo que seu pai fez se… se eu tivesse encontrado meu companheiro novamente. '
'Novamente? O que ela quis dizer com isso?', perguntei-me.

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