Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 10

E como alguém poderia se contentar em ser apenas amigo ao se apaixonar à primeira vista?

Cada encontro casual que tive com ele foi meticulosamente planejado por mim. Para os outros, eu brincava dizendo que éramos apenas um casamento arranjado por nossas famílias, mas só eu sabia o quanto eu havia trabalhado para que nosso casamento acontecesse...

"Se você me acha tão insuportável, então é melhor nos separarmos" - eu disse com um sorriso desanimado: "O que acha de tocar aquela música que tocou como pedido de casamento? Eu saio de casa sem levar nada, que tal?"

Quatro anos depois, quando ouvi novamente essa "Serenata de Amor" meus sentimentos em relação a ela haviam mudado completamente.

Otávio sentou-se ao piano no meio da sala de estar, seus dedos tocando levemente as teclas, e a melodia de uma serenata romântica ecoou por toda a mansão.

Em nosso casamento, quando Otávio tocava piano, eu me sentia genuinamente feliz. Agora, ele estava tocando a mesma música novamente, mas era para um tipo diferente de felicidade, uma felicidade sem futuro juntos.

Por um momento, fiquei atônita, sem saber se era o pôr do sol que o iluminava ou se ele mesmo era suficiente para me fazer brilhar, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas.

Eu tinha que ir embora!

Dei dois passos para trás, decidindo que não poderia me afundar ainda mais.

Quando me virei, caí nos braços quentes de alguém, tão quentes que... Por engano, achei que ele precisava de mim.

Eu o recusei duas vezes, mas homens persistentes tendem a ser ainda mais persistentes em certos aspectos. Fui pega de surpresa e acabei sentada ao piano.

Um som estrondoso chamou minha atenção quando Dona Rebeca correu para fechar as cortinas da sala de estar.

Havia uma sensação de empolgação, como se estivéssemos em público, mas ao mesmo tempo era um momento particular. Ele me orientou a tocar no piano, mas as notas não eram bonitas.

Assim que começamos a tocar a música, eu estava desanimada e não cooperava, as notas eram ora agudas, ora graves, curtas ou longas...

Mas ele estava animado, beijando-me do começo ao fim do piano sem parar.

"Achei que você queria que eu fosse embora sem nada, então tocou para mim."

Ele me encarou, com um tom indulgente, mas suas palavras foram cruéis: "Que bobagem, mesmo que nos divorciemos, se eu não concordar em te dar algo, você não ficará com nada."

Ele rapidamente voltou à sua expressão fria: "Você sabe como meus pais a tratam. Meu pai não está bem de saúde, não importa como você se sinta, não deixe que eles saibam!"

"Então é uma boa hora para dizer a eles que queremos nos divorciar."

Admito que estava agindo por impulso. Os pais do Otávio sempre foram muito bons para mim e, mesmo que eu e o Otávio estivéssemos em desacordo, eu não queria afetar os idosos.

Mas Otávio, que havia sido criado pelo pai após a morte da mãe, era conhecido por sua devoção filial. Eu disse isso apenas para provocá-lo.

Otávio pensou que eu falava sério e apontou para minha cabeça com o dedo: "Tente falar uma palavra sobre isso."