Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 102

Eu sentia que ele estava absolutamente certo, pois era exatamente assim que me sentia naquele momento.

Ele estava diante de mim, e eu me sentia oprimida.

Estendi minha mão em sua direção, e ele ergueu uma sobrancelha, esboçando um sorriso sarcástico. "Sra. Barcelos, o que pensa que está fazendo?"

Não conseguia, de maneira alguma, associar o homem de expressão sombria à minha frente com aquele que, sob a luz do poste na noite anterior, falara comigo tão gentilmente, dizendo: "Elvira, me faça o favor de me levar para casa."

Recuei minha mão em constrangimento e me pus de pé.

Se ele olhasse para baixo, veria como a unha do meu polegar, que acabara de crescer, estava feia.

Apesar de termos nos tocado tantas vezes, e de termos compartilhado tantos momentos íntimos, ele nunca havia reparado nesses detalhes.

Respirei fundo, tentando controlar os pensamentos opressivos, e perguntei: "Otávio, posso ver o seu celular?"

A surpresa se desenhou no rosto severo do homem, que respondeu com um leve desdém: "Elvira, fale diretamente o que deseja."

Assenti. "Sófia disse que você pretende usar fotos minhas nuas para me chantagear. Quero ver se elas estão no seu celular."

Por um instante, um traço de desconforto passou pelo rosto de Otávio, tão rápido que quase não pude capturá-lo. Mas minha intuição de advogada me dizia que, talvez, ele realmente não tivesse apagado as fotos do seu aparelho.

Otávio, instintivamente, me repreendeu: "Elvira, como você pode acusar Sófia injustamente? Que tipo de comportamento honrado é esse? Falar sobre fotos nuas como se fossem nada."

Eu ri. "Você me pediu para falar, e agora não acredita no que digo."

Otávio zombou: "Não estou aqui para ouvir mentiras."

Afastei sua mão, com uma dor tão intensa no coração que minha voz tremia. "Otávio, não pense que todos são como você, com esses pensamentos sórdidos. O que você é para perseguir Liberato assim? Não acha que é demais?"

Provocando-o, disse: "Ou será, Otávio, que você está com ciúmes? Você me ama?"

O semblante de Otávio escureceu mais do que o céu após três dias de tempestade, e ele apertou minha mão com tanta força que gritei de dor, mas ele não me soltou.

Após um momento, ele falou em tom baixo: "Eu nunca me importei com você, não se iluda. Se eu quisesse te atingir..."

Ele fez uma pausa, tirou o celular do bolso e ligou para a Sra. Tereza na minha frente.

Com os olhos baixos, ele disse, pausadamente, ao telefone: "Quero que você compre a empresa Hana Gracie."