Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 117

Homens não podem ser sempre mimados.

Passar fome uma vez e depois saciar-se, isso é o que torna tudo mais precioso.

Na manhã seguinte, fiz questão de dizer pessoalmente à Dona Rebeca que era essencial ela informar a Otávio, depois de eu ter preparado o café da manhã para ele e Sofia com minhas próprias mãos, e então saí de casa com minha bolsa.

Não sei que acordo Otávio fez com Antônio, o motivo pelo qual o Escritório de Advocacia Atlântida foi reaberto, foi para mudar o sobrenome que o escritório representava para "Ho".

Mas isso pouco me importava. Contanto que eu pudesse continuar trabalhando no escritório de advocacia, e Hortencia e Advogado Silva não fossem afetados, tudo bem.

Estávamos os três sentados no escritório de Landulfo, com Hortencia segurando minha mão firmemente.

Ela estava preocupada comigo. "Elvira, você está bem? Você deveria descansar mais um pouco."

"Não estou tão mal assim." Pisquei para afastar o seco dos olhos, lembrando-me do tempo que passei sozinha no exterior, quando minhas lágrimas já haviam secado.

"O médico disse que minha mãe não sofreu tanto."

Falei isso com uma voz calma e logo mudei de assunto. "Sinto muito pelo que aconteceu antes. Sempre quis pedir desculpas, mas nunca encontrava a oportunidade."

Levantei-me e fiz uma reverência formal.

Eles ficaram surpresos com meu gesto e se levantaram para me dissuadir. "Elvira, isso é demais, nós que devemos agradecer a você. Se não fosse por você, o escritório..."

"Mas realmente está tudo bem? Que acordo você fez com Otávio?"

Meu coração apertou, e a respiração ficou um pouco difícil.

Não sou de pedra; quando me mostram cuidado, ainda sinto emoção. O olhar cheio de compaixão de Hortencia recaiu sobre mim, e eu realmente queria me aconchegar em seus braços, mas havia outras pessoas presentes.

Landulfo e Antônio eram próximos.

Para não falar algo que pudesse ser mal interpretado, minha resposta foi breve: "Hora, você sabe melhor do que ninguém quanto tempo amei Otávio."

Se o meu Orkut fosse um diário de menina, então Hortencia seria a única com a chave desse diário.

Ela viu minha transição de um contentamento ingênuo para a determinação de que só me casaria com ele, até a realização, após muito esforço, de que eu realmente não deveria me casar.

Agora, mesmo que fosse por conveniência, eu não podia contar a ela.

Suspirei levemente, nossos olhares se encontraram, e ela mordeu o lábio, querendo falar, mas depois desistiu.

Nunca imaginei que seria Landulfo a me confrontar. "Elvira, você não pode me enganar, você não está feliz!"

Os advogados realmente têm um olhar aguçado, mas, embora Landulfo fosse meu colega mais velho, não tínhamos contato suficiente para compartilhar questões tão íntimas.

Minha voz estava um pouco distante. "Landulfo, você realmente não me conhece."

Com apenas uma frase, calei todas as preocupações daquele homem elegante.

Landulfo, embaraçado, ajustou os óculos na ponte do nariz e tossiu levemente. "Desculpe."

Eu sorri. "Não tem problema."

No restante do tempo, Landulfo me explicou um pouco sobre o rumo futuro do meu trabalho. "Ainda pensa em trabalhar com litígios?"

Um casal de celebridades estava em processo de divórcio, e eu era a advogada da esposa.

Ela era uma atriz que havia anunciado sua aposentadoria ao se casar três anos atrás, e ele, um ator em ascensão. Havia rumores na internet de que ele só havia conseguido sucesso por causa dos recursos dela, e que eles jamais se divorciariam.

Caso contrário, seriam massacrados pelos internautas!

Mas os documentos contavam uma história diferente!

Este caso era estranho, embora fosse ela quem havia entrado com o pedido, a acusada era ela mesma, alegando infidelidade e que o relacionamento estava desfeito, querendo o divórcio.

Eu estava prestes a ligar para a esposa para marcar uma reunião quando uma mensagem chegou ao meu celular.

"Onde você está?"

Era Otávio.

Pensei por um momento e então respondi, "No apartamento."

Sua resposta foi curta e sem emoção, apenas duas palavras: "Te espero."

Enquanto guardava os documentos sobre a mesa, me perdi em pensamentos. Se fosse antes, eu certamente acharia essas palavras doces.

O que antes me trazia tanta expectativa, agora, recebido dessa forma, só me fazia sentir o domínio e a arrogância.

Fui ao banheiro e, quando voltei, outro telefonema, a voz fria de Otávio soou pelo celular: "Desça."