Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 140

Eu não fui diretamente ao encontro de Otávio, mas sim, liguei para Hortencia para marcar um encontro.

Quando nós duas chegamos ao escritório de Otávio, já era o final da tarde.

Ao abrir a porta do escritório, a primeira coisa que vi foi um homem reclinado na cadeira de chefe, com os olhos fechados, como se estivesse descansando.

Ele estava banhado pela luz alaranjada do pôr do sol, e sua camisa branca o fazia parecer ainda mais suave.

Seu queixo estava levemente erguido, e seu perfil, normalmente marcante, parecia mais suavizado.

O pescoço longo e forte exibia uma marca de beijo em tom marrom-escuro, que sob a luz do sol poente, parecia especialmente evidente.

Dava para perceber o quanto de esforço eu tinha usado na noite anterior...

Era uma rara imagem de beleza masculina em repouso, mas Hortencia não estava acostumada a apreciar tal cena. Logo que entrou, sem dar muitos passos, tropeçou no pé da mesa de centro.

Otávio abriu os olhos imediatamente, e ao ver uma pessoa desconhecida, seus olhos se apertaram com uma intensidade afiada, que só se suavizou quando ele me viu.

Como se as ondas agitadas em sua mente começassem a se acalmar, ele começou a recuperar sua racionalidade e calma.

Otávio franziu a testa, olhando para Hortencia com desagrado, uma pressão inata de superioridade que até eu conseguia sentir, "O que você está fazendo aqui?"

Nossos encontros anteriores sempre foram marcados pela antipatia mútua. Hortencia tinha dó de mim e não poupava críticas a Otávio.

Ela realmente não queria vir hoje, mas pensando que se o negócio fosse passado para o meu nome e depois para o dela, considerando o relacionamento incerto entre eu e Otávio, seria mais seguro e garantido transferi-lo diretamente para o nome de Hortencia.

Assim, depois de muito convencê-la, ela acabou vindo, ainda que tarde.

"Querido," eu o chamei, bloqueando sua visão.

Me posicionei atrás dele e comecei a massagear suavemente suas têmporas, revelando o motivo da nossa visita.

Hortencia murmurou irritada.

Sabia que Otávio estava zangado. Eu estava prestes a virar e confortá-lo, mas Hortencia, com uma força surpreendente, me puxou para fora.

Ela, irritada, me entregou o contrato, "Elvira, eu não quero isso. Se você aguenta, eu não aguento. Vem comigo, vamos nos divorciar dele. Você viu aquela marca no pescoço dele? Quem sabe se não foi aquela meia-irmã dele que deixou. Se você não tivesse segurado minha mão para eu assinar, eu teria jogado a caneta na cara dele!"

Naquela hora, a atmosfera ficou um tanto constrangedora. Como eu poderia explicar que a marca foi deixada por mim, mantendo a seriedade...

Na noite anterior, Otávio teve que voltar para casa para acalmar Sófia, e eu tinha a intenção de criar uma cisão entre eles ao fazer aquilo.

Mas não conseguia explicar o desconforto que senti ao fazer isso, naquela noite.

Parecia que, naquele momento, eu e Sófia não éramos diferentes; ambas usávamos truques e artimanhas para reivindicar a posse de um homem...