Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 158

Algumas pessoas choram pela despedida, outras se alegram loucamente com o reencontro.

Aeroportos lotados, eu passava apressadamente, só, sem sequer uma mala para acompanhar.

Parece que Otávio não cumpriu sua palavra, mais uma vez.

Ele disse que hoje viria ao meu julgamento, mas agora, nem sinal dele, nem uma mensagem recebida.

Antes de ele embarcar, ao menos lhe desejei uma boa viagem, como se estivesse enviando Antônio em seu caminho.

Senti como se uma parede invisível me isolasse de tudo ao redor, forçando-me a quebrar essa solidão interna com um sorriso mascarado. Não tinha tempo a perder, não podia deixar nada afetar meu estado de ânimo.

Hoje era um dia crucial para mim.

Durante a agonia da espera antes do início da sessão, encontrei com minha cliente, tal como ela disse, se a saúde permitisse, ela viria.

Mas a beleza que deveria persistir estava escondida sob camadas de maquiagem, sem sinal de cor nas bochechas, e sob óculos escuros enormes, seus olhos profundamente encovados, as maçãs do rosto sobressaindo como pequenas montanhas em seu rosto magro.

Se sua assistente não me chamasse, eu jamais a teria reconhecido.

Otília sorriu levemente, uma calma quase desesperadora em sua expressão, "Sra. Gattas, eu vi ele, não tenho mais arrependimentos."

Segurando os documentos, naquele momento, não sabia bem o que dizer.

Amores que não podem ser, e aqueles que não se amam, fingindo um casamento feliz.

Deus realmente tem senso de humor.

A assistente sugeria a Otília que talvez fosse melhor ir embora, "Você já o viu, o médico disse que não é bom ficar tanto tempo fora."

Otília tossiu, o batom mal conseguindo esconder seus lábios pálidos, ela me chamou, "Sra. Gattas, o julgamento está em suas mãos, temos que ganhar, não posso perder mais um ano em mediações com ele."

Assenti, "Darei meu melhor, confie em mim."

A espera é torturante, o escrivão chegou primeiro, e os jurados também estavam presentes. Como ambos os lados do julgamento eram figuras públicas, havia muitos espectadores, e os equipamentos de gravação e câmeras pareciam incontáveis olhares fixos em nós.

Desde a leitura da queixa até a troca de provas e argumentos entre advogados, tudo correu bem.

O único momento de tensão foi quando a defesa apresentou novas evidências.

Vi Otávio de relance, seus lábios se curvaram em um raro sorriso gentil, seu silencioso "força" me tranquilizou instantaneamente.

Em seus olhos, vi orgulho.

A tensão durou apenas um momento. Os dias que passei trancada em casa antes do julgamento não foram em vão.

Eu já antecipava os movimentos da oposição e tinha previsto as perguntas do juiz, inclusive, para qualquer eventualidade, eu tinha preparado novas evidências para apoiar meus argumentos.

Otília, incapaz de segurar a tosse, apertava o lenço contra o peito. Lancei-lhe um olhar tranquilizador.

Sabia o quanto era difícil alcançar o sucesso, tinha um plano B, um plano C, estava totalmente preparada!