Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 162

Otávio parou por um momento, a chama do desejo em seus olhos gradualmente se apagou.

Ele acenou com a mão, e os garçons ao redor se retiraram, deixando apenas nós dois no suntuoso salão.

Só quando terminei de assinar, Otávio me permitiu levantar. Ele virou meu corpo para enfrentá-lo.

Seus olhos escuros fixos em mim, mesmo sem dizer uma palavra, de alguma forma senti que, naquele momento, minha alma e a dele estavam entrelaçadas em finas correntes.

Nossas almas estavam tão entrelaçadas que era impossível distinguir uma da outra, como se os anos que passamos juntos, amando ou não, fossem, afinal, uma ligação.

Uma sensação indescritível de felicidade me envolveu, fazendo-me sentir tonta e atordoada.

Sua mão grande repousava no topo da minha cabeça, deslizando pelos meus cabelos até alcançar as pontas que chegavam até minhas costas. "Sra. Barcelos, você manteve seu cabelo longo por minha causa?"

Meus lábios tremeram, sem entender o que ele queria dizer.

"Você deixou tudo para trás e voltou para mim, como eu poderia tratá-la mal?" Ele acariciava meu cabelo, sua voz cheia de afeto, "Por acaso, em seu coração, eu sou algum homem irresponsável?"

"Não preciso ouvir sua resposta, todos os dias que seus cabelos cresceram, você estava comigo, Sra. Barcelos. Até seus fios de cabelo me amam, você tem a mim em seu coração, você não pode me enganar."

Ele estava seguro e confiante, com um sorriso no rosto.

Será que Otávio realmente pensava assim?

O propósito com o qual eu voltei para ele, eu sabia melhor do que ninguém, dizer que não havia cálculo algum seria mentira.

Mas depois que Otávio realmente fez tanto por mim, e eu alegremente aceitei, senti um pouco de culpa.

Estritamente falando, eu sentia que tinha me tornado má.

Porque Otávio me machucou, eu me sentia justificada em enganá-lo, em brincar com ele.

Otávio, sem hesitar, interrompeu meus pensamentos, "Se eu não gostasse, por que eu seria tão bom para você?"

Ele beijou meus olhos vermelhos, olhando para mim com um olhar cheio de piedade, "Você é a maior surpresa da minha vida."

Se fosse antes, eu teria zombado dele, talvez o provocasse, levantando seu queixo com a ponta dos dedos e perguntando, "Sr. Barcelos, você sabe que falar assim é contra as regras."

Mas agora, sua simples declaração de afeto me fez sentir como se um sonho se tornasse realidade.

Eu estiquei a mão e belisquei seu pescoço, e no momento em que ele franziu a testa, eu o abracei pelo pescoço, começando a falar com remorso, "Otávio... na verdade eu..."

Se desta vez ele respondesse de forma diferente, então eu deixaria as coisas entre nós em paz.

Ele brincou com meus sentimentos uma vez, e eu joguei com os dele, nossas dívidas estavam quitadas.

Quanto ao que viria depois de acertarmos as contas, seja lá qual fosse sua reação, raiva ou perdão, eu aceitaria, deixando o destino decidir.