Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 189

"Ah, meu Deus!"

Celina, fazendo-se de delicada, virou os documentos contra o peito e, sentindo-se inadequada, escondeu-os atrás de si. "Dona Barcelos, por favor, não me entenda mal."

Suas palavras soaram em meus ouvidos como se estivesse tentando esconder algo óbvio.

Eu queria agir como se não me importasse, queria entrar de cabeça erguida e peito estufado, mas meu coração estava sendo esmagado por uma mão invisível, causando-me uma dor que me impedia de dar um passo sequer.

Sou uma pessoa que gosta de planejar, especialmente quando enfrento situações cheias de incertezas. Eu já tinha pensado em como compensar Hugo, seja com dinheiro ou encontrando um cuidador. Eu sentia que deveria assumir parte da responsabilidade, mesmo que isso significasse ser repreendida ou até mesmo agredida por Amália. Eu estava pronta para ter uma conversa séria com Otávio.

E quanto àquela minha foto que ele disse não ter guardado, mas que acabou online?

Eu decidiria sua responsabilidade baseada em seu depoimento, incluindo minha atitude em relação a ele...

Mas eu jamais imaginei que encontraria outra mulher no quarto de hospital dele!

Meu marido estava discutindo sobre fertilização in vitro com outra mulher...

Celina sorriu graciosamente e puxou meu braço de forma amigável. "O que você está esperando? Entre, Otávio estava pensando em você."

Eu levantei meu braço rigidamente e cumprimentei Celina. "Oi, eu gostaria de falar a sós com ele."

Celina piscou. "Claro, acho que estou mesmo sobrando aqui."

Ela olhou para Otávio. "Vou dar uma olhada em Sofia no quarto ao lado e volto mais tarde para cuidar de você."

Ela colocou a mão ao lado do rosto, curvando os dedos num gesto de despedida, e recuou.

"Não precisa."

Otávio, com um olhar frio, a deteve. "Você não precisa ir a lugar nenhum."

Ele me olhou diretamente, com um olhar sombrio. "Volte para casa. Antes que meu pai acorde, eu não quero te ver."

Suas palavras foram como uma punhalada súbita no coração.

"Elvira, você enlouqueceu?!"

Otávio, rangendo os dentes, espremeu as palavras entre eles, segurando firmemente meu pulso.

Eu admito que talvez tenha me deixado levar, talvez batendo em Sofia tenha me animado demais, esquecendo que o Otávio de hoje não era o mesmo homem frágil da noite anterior.

Eu tentei puxar minha mão, sem sucesso.

Ele me puxou para a cama com força, prendendo-me em seus braços.

"Ai—"

A inoportuna exclamação de Celina interrompeu seu movimento.

Otávio, com os olhos perigosamente estreitos, sua voz fria e distante, rosnou. "Já olhou o suficiente!"