Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 197

Hortência ainda falava algo ao telefone, mas eu não conseguia entender, o celular escorregou das minhas mãos.

Parecia que o tempo havia desacelerado naquele instante.

Sem pensar, caminhei até o escritório, observando os diversos arquivos espalhados sobre a mesa, uma sensação de amargura invadia meu peito.

Todos os documentos que eu havia estudado noite adentro durante a última semana se transformaram em flocos de neve, caindo do céu.

Um, depois outro, tocando meu corpo, parecendo ter um peso infinito, senti meu corpo afundar, sem forças, até caí no chão, até que eles me cobrissem por completo.

Deitada em meio às ruínas, eu não conseguia encontrar respostas.

Por quê?

O que Otávio queria?

Por que ele tinha que fazer isso comigo?

O conflito entre nós sempre teve uma terceira pessoa, ele só agiria contra mim por causa da Sófia.

Se ele queria me apagar da vista do público, assim, qualquer informação que eu divulgasse contra Sófia não teria mais credibilidade nem atenção exagerada!

Era a única maneira de satisfazer seu motivo, alcançar seu objetivo.

Então, comparada a Sófia, o que eu significava para ele?

Ele não me deu um casamento perfeito, eu aceitei, mudei o foco da minha vida para o trabalho, e agora ele nem sequer queria deixar minha carreira, que estava apenas começando, em paz.

Eu até fantasiei que ele realmente gostava um pouco de mim.

Eu estava louca, irremediavelmente louca.

Fiquei deitada no chão, olhando fixamente para a parede branca acima de mim que escurecia do amarelo ao preto, quando ouvi batidas na porta.

Que incômodo.

Eu queria gritar, "Não tem ninguém em casa!", mas quando abri a boca, não saiu nenhum som, minha garganta ardia.

Com dificuldade, engoli em seco até encontrar minha voz, fraca, "Você veio rir de mim?"

Otávio, calmamente, balançou a cabeça, "Elvira, é hora de ir para casa."

Casa?

Que casa eu ainda tinha?

Ele estendeu a mão, seus dedos longos e bem formados, com uma simples aliança.

Levantei minha mão para segurar a dele, sua palma era grande o suficiente para me envolver completamente, "Por que está tão fria? Você não parece bem."

Seu semblante se suavizou, mostrando preocupação comigo, um gesto raro, e entrelaçou nossas mãos, esquentando-as.

Minhas mãos aqueceram, mas meu coração, não.

Observando seu rosto falsamente gentil, forcei um sorriso e, de repente, mordi com força o dorso da sua mão!