Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 203

As palavras "coração duro" foram pronunciadas com extrema ênfase por Hugo, enquanto duas lágrimas caíam de seus olhos enrugados.

Ele disse, "Elvira, eu ainda gosto muito de você, e também me sinto muito mal por isso."

"Mas você não pode ter filhos..."

Minha mão inadvertidamente cobriu meu abdômen, sem saber o que considerar o ser que ali crescia.

Uma vida que nunca foi esperada, chegando silenciosamente.

Nesse momento, meu desejo de trazer essa criança ao mundo atingiu seu ápice.

Mesmo que o mundo inteiro não saiba da sua existência, sua mãe te ama.

Lembrei-me do que o médico me disse depois do exame de hoje.

Ele disse que minha saúde estava relativamente boa, exceto por um baixo nível de progesterona.

Mas ele me receitou medicamentos.

Jurei que se meu bebê, Antônio, viesse ao mundo, eu certamente lançaria os mais esplêndidos fogos de artifício para celebrar calorosamente sua chegada.

"Teoricamente, vocês ainda são jovens, e com o tratamento adequado, pode haver uma possibilidade de gravidez, mas a saúde do pai..."

Seu braço girou rigidamente de um lado para o outro, seus olhos fixos, parecendo também impotente, "não podemos mais esperar!"

Na verdade, ao chegar aqui, eu não pretendia me submeter a nenhum tipo de humilhação, mas acabei enfrentando duas situações inesperadas, completamente despreparada.

Uma era Sófia, que eu não tinha notado nos últimos dias.

E então, Hugo, com sua abordagem gradual e persuasiva, um tom de voz suave e até humilde...

Não tive sequer a chance de me enfurecer, apenas me senti cada vez mais sufocada com o acúmulo de emoções reprimidas a cada palavra dele.

Eu me sentia asfixiada.

Diante de um Hugo assim, não tinha forças nem para rebater em voz alta, toda a negatividade circulou dentro de mim e, ao ser liberada, já tinha se dissipado, "você não precisava me dizer isso, Otávio quer tentar a fertilização in vitro com Celina, e eu não tenho como controlar ou impedir isso."

"Você não conhece seu próprio filho?" eu disse com um sorriso resignado, "A pessoa que deveria pedir desculpas não é você."

Meu marido nunca me escolheu com convicção.

Olhei firmemente para Hugo, meu punho cerrado ao lado do corpo, as unhas cravadas na palma da mão sem que eu percebesse.

Era a primeira vez que ouvia que um marido não queria se divorciar da esposa não por amor, mas para não quebrar a família.

Naquele momento, não sabia se deveria chorar ou rir, apenas senti a ironia, todos aqueles pensamentos fugazes pareciam uma piada.

"Não." Hugo balançou a cabeça, "Não é a mesma coisa, um segundo casamento seria como o meu, Otávio não quer isso."

"Fale diretamente, o que você quer que eu faça?"

"Não é o que eu quero que você faça, é o que eu peço, pai te pede para se divorciar dele."

Não sei se os olhos podem enganar o cérebro, mas Hugo falou com uma seriedade inquestionável, por um momento não sabia se ele estava louco ou se eu estava.

"Eu já sugeri o divórcio várias vezes!"

"Não é suficiente, faça Otávio se decepcionar com você, faça-o desistir dessa ideia de família."

As palavras de Hugo me deixaram arrepiado, "Isso é realmente pelo bem do Otávio ou por um desejo egoísta de perpetuar o legado da Família Barcelos? Você diz que o Otávio é obcecado pela ideia de uma família unida, mas em vez de ajudá-lo a proteger essa família, você me incentiva a me divorciar dele? Você não teme que ele fique mais uma vez machucado emocionalmente?"