Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 208

O beijo repentino de Otávio me pegou de surpresa como uma tempestade.

Sua língua, ágil e forte, explorava cada canto da minha boca antes que eu pudesse reagir, sem qualquer resistência. Sentia que todos os meus sentidos haviam desaparecido naquele momento, restando apenas um leve aroma de tabaco no ar, anestesiando meus neurônios.

Com aquele beijo, ele expressava um desejo inarticulado, fazendo meu sangue correr para a cabeça e cada nervo do meu corpo se esticar ao extremo, causando uma dor quase insuportável...

Quando voltei a mim, mal consegui empurrá-lo com as palmas das mãos contra o seu peito, ele agarrou-as e entrelaçou nossos dedos.

Na sequência, minha mão foi pressionada contra a janela do carro, deixando marcas apaixonadas.

Otávio parecia fora de si.

Ele me imobilizou, não deixando espaço para fuga. Seus lábios, antes frios, agora ardiam em meio à luta intensa. Quando tentei falar, ele aproveitou a oportunidade para aprofundar o beijo, engolindo todos os meus protestos e soluços...

Não sei quanto tempo passou até que, finalmente, consegui uma chance para respirar. Mordi a ponta da sua língua com força, e o gosto metálico do sangue se espalhou imediatamente pelo ar, fazendo-o recuar de dor.

Otávio me olhou com os olhos vermelhos de raiva, lambendo o sangue que escorria do canto da boca, seu olhar carregado de reprovação. "Ainda está incomodada?"

Diante da sua expressão sanguinária, fiquei sem palavras, meus lábios tremiam incontrolavelmente.

Levantei a mão e dei um tapa forte em seu rosto descarado!

"Plaft!"

Seu rosto virou com o impacto do tapa, e o som ecoou por todo o carro.

Ele não se esquivou, aguentando firme a bofetada. Uma vermelhidão surgiu em sua bochecha.

Minha voz tremia. "Vamos nos divorciar!"

"Eu sei!" Ele virou a cabeça, esfregando a bochecha com o polegar, me olhando com um sorriso frio. "Então, é melhor se incomodar de uma vez por todas, para não continuar me perseguindo após o divórcio."

"Isso é um crime!"

Parecia que seus olhos tinham milhares de palavras, mas eu já não podia ver claramente, as lágrimas haviam preenchido meus olhos.

Ele me soltou, e ambos sofremos.

Finalmente chegamos à Vila Oceano Luxo. Sófia, ouvindo o som do carro, correu para recebê-lo, vestindo seu pijama rosa de coelhinho, com as orelhinhas pulando até os braços de Otávio.

Sem olhar para ele, desci do carro e corri para o quarto principal. Mas quando abri a gaveta mais baixa do criado-mudo, onde estava a caixa preciosa?

Sófia apareceu na porta do quarto, de braços dados com Otávio, provocando: "Elvira, você não disse que me deixaria ficar no quarto principal? Não vai ser mesquinha e me expulsar, vai?"

Ela balançou o braço de Otávio, chamando-o com voz melosa e variada.

Meu olhar se fixou em Otávio, que, com as mãos nos bolsos, tinha uma expressão tranquila, claramente apoiando Sófia. Senti uma onda de sufocamento com essa cena, apertando os dentes enquanto encarava Sófia: "Onde estão minhas coisas?"

Sófia me olhou desafiadoramente. "Pensei que você não voltaria. Está tudo no porão, vai lá procurar!"