Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 212

Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto Otávio cobria o topo da minha cabeça com a palma da mão, dizendo, "Isso me dói."

O cigarro foi jogado ao chão, ele se baixou e começou a me beijar desordenadamente na face, segurando minhas mãos que tremiam. Eu o ouvi dizer, "Podemos não nos divorciar, por favor?"

Parecia que ele tinha encontrado um brinquedo do qual não conseguia se desfazer. Eu não conseguia distinguir se o que molhava meu rosto eram lágrimas de choro ou se era a saliva dele enquanto me beijava, uma mistura de ternura e paixão.

Meu corpo oscilava entre frio e calor.

Eu tremi os lábios, segurando o impulso de abraçá-lo, e disse friamente, "Foi a Sófia quem me trancou."

Otávio se endireitou, me olhando fixamente, "O que você disse?"

Eu sabia que ele tinha entendido, simplesmente não queria acreditar.

Eu o empurrei com força, sentindo um aperto no coração, "Nós vamos nos divorciar."

Foi o que eu lhe disse.

"Elvira! Eu a vi dormindo ontem à noite!"

Otávio, ainda não desistindo, me olhava intensamente, "Por que sempre tem que envolver outra pessoa nos nossos problemas? Por que toda vez que tento fazer as coisas direito, você traz a Sófia à conversa?"

Sua voz subitamente aumentou, "Eu não tenho sido bom para você? Quantas vezes já te disse que ela é apenas minha irmã!"

Por quê? Por que?

Porque ela sempre foi uma barreira insuperável entre nós, só que ele não sabia.

Eu apertava os punhos atrás do corpo, querendo dar a ele uma resposta convincente, mas eu também já tinha dito várias vezes, ele simplesmente não acreditava.

Depois de pensar muito, para encerrar esse dilema sem solução, só pude mostrar minha curiosidade, fingindo confusão ao perguntar, "Nós realmente temos sentimentos um pelo outro?"

Isso doía.

Às vezes, a gente realmente precisa de alguém para discutir.

Melhor quebrar tudo na briga do que manter as aparências enquanto por dentro tudo está despedaçado.

Hugo estava certo, ele só não queria se divorciar, não queria ter que lidar com uma família desfeita.

Eu pensava que um boneco inflável poderia satisfazer todas as suas necessidades de esposa, poderia sentar-se à mesa de café da manhã com ele, satisfazer suas necessidades físicas, ser obediente, submissa e nunca ficar zangada.

Ele queria uma esposa, e isso não tinha nada a ver com mais ninguém.

E eu, eu era apenas seu boneco inflável.