Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 222

Eu sabia o que ele queria dizer, era apenas uma maneira de me informar que o garoto que uma vez disse que gostava de mim, também não era tão sincero quanto parecia, assim como ele.

Ele se aproximou de Antônio com uma pressão opressiva, falando baixinho, "Só precisa entender quais mulheres você pode tocar e quais não pode!"

Deu um tapinha nas costas de Antônio, como se tirasse uma poeira inexistente, virou-se e nunca mais olhou para trás.

Observando-o se afastar, senti meus olhos ardendo. Antônio entrou no carro, resmungando, "Não escuta as bobagens dele, meu pai até tentou me arranjar casamentos arranjados, mas eu não fui em nenhum!"

Apertei minhas têmporas, sentindo uma dor de cabeça e um cansaço.

Se Otávio pudesse escolher-me com a mesma certeza que Antônio, eu nem sei quão feliz poderia estar agora.

"Elvira, quando você vai se divorciar do Otávio? Se você vier comigo, não precisarei mais aguentar meu pai me pressionando para casar!"

"O que você está falando, seu louco..."

Suspirei. Mesmo a Família Barros não sendo tão prestigiosa quanto a Família Barcelos, ainda era uma das mais importantes, como poderiam permitir que o segundo filho deles casasse com uma mulher divorciada, a ex-esposa do primogênito de uma família amiga, então?

Só de pensar nisso já era explosivo.

Além disso, eles definitivamente não tolerariam outro romântico incurável na família.

Antônio continuava falando sem parar, e eu não conseguia prestar atenção em nada.

A imagem de Otávio se afastando, com as mãos das garotas agarradas nele como tentáculos de um polvo, ocupava todos os meus pensamentos.

Talvez porque não fosse Otávio me dando isso.

Até Hugo, confinado a uma cama de hospital, conseguiu descobrir coisas que Otávio fingiu ignorância por tanto tempo.

De repente, a porta de casa foi destrancada e Otávio entrou, visivelmente furioso, encarando-me sentada no sofá com o celular, e questionou com raiva, "Como você pôde seguir tão avidamente os conselhos do meu pai? Agora tudo faz sentido, você está satisfeita?!"

Pisquei, percebendo apenas naquele momento que Hugo não havia me poupado, ele tinha dito, todas as outras mulheres poderiam, menos eu.

Coloquei a mão sobre o ventre, lembrando-me das palavras de Hugo, dizendo que eu não poderia ter filhos, por isso eu não servia.

Observando Otávio tão amargo, ri baixinho, ele deve me odiar profundamente agora.