Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 266

Chutei o braço de Otávio com o pé, e seu braço, maleável como se não tivesse ossos, deslizou até o chão.

Ele estava com febre, com sua testa ardendo espantosamente ao toque. Dei-lhe um tapa forte na bochecha, e ele abriu os olhos. Seu olhar escuro e penetrante suavizou-se ao me reconhecer, olhando para mim como se estivesse em um sonho.

Eu estava prestes a falar quando ele me abraçou de repente, murmurando: "Eu gostaria que o tempo pudesse parar agora."

Durante nosso breve momento de intimidade no passado, eu também tive essas fantasias irreais. Naquela época, eu tinha sogros que me adoravam, uma mãe que me amava e o homem que possuía meu coração. Mas agora, eu não tinha nada.

"Otávio, você é muito egoísta."

Virei levemente a cabeça, sussurrando em seu ouvido.

O ardor no corpo de Otávio se acalmou um pouco e ele me soltou lentamente: "Elvira, eu não queria incomodá-la!"

Eu me levantei, respirando fundo: "Se isso não está incomodando, então o que está fazendo?"

"Um ex digno deve ficar em minhas memórias, não aparecer constantemente em minha vida!"

Otávio engoliu, com o olhar ferido: "Ex?"

Ele disse com dificuldade: "Elvira, por que você tem que ser sempre tão racional? Perto de você, eu me sinto como um lunático delirante!"

Ele certamente detestava o que havia se tornado, e eu também.

Ele era um homem tão controlador, que outrora tentou confiantemente equilibrar o relacionamento entre sua meia-irmã e eu. Agora, percebendo que as coisas haviam escapado completamente de seu controle, como ele poderia não estar sofrendo?

Os problemas entre mim e ele nunca foram resolvidos, mas ele continua a evitá-los. E agora, ele ainda quer fingir que está tudo bem entre nós.

Antes de começarmos a gravação, Celina expulsou todos do camarim. Ela se colocou atrás de mim, olhando pelo espelho e riu com escárnio: "Foi Otávio quem me deu essa oportunidade, me trazendo aqui para ser apresentadora."

Mesmo sem ela dizer, eu já sabia.

Olhei para ela no espelho: "Sem Otávio, você não seria nada."

Falei com calma, sem rodeios, e ela sorriu, com os lábios vermelhos curvados: "É isso mesmo, você é incrível, consegue tudo sozinha. Então, por que ainda precisa disputar um homem comigo?"

Mas eu já estava divorciada.

Eu me virei, confusa com a palavra "disputa": "Se eu quisesse disputar, você nem teria a chance de estar aqui falando comigo."

"Sra. Barcelos, Sra. Barcelos" - ela recitou com gosto, com lágrimas nos olhos: "Sra. Gattas, eu tinha um namorado no exterior, mas ele terminou comigo quando descobriu que eu não podia ter filhos. Não sou como a senhora, tão tola a ponto de falar de amor a essa altura da vida. Eu só preciso que o Otávio se sinta culpado por mim, espero que a senhora não o incomode mais."