Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 275

Fiquei olhando para a foto no meu celular, paralisada por três ou quatro segundos. Parecia que, entre nós, nunca havia existido um momento tão íntimo registrado assim.

Era a primeira e única vez, nem em nossa foto de casamento tínhamos um beijo.

Meus dedos tocaram inconscientemente as duas pequenas figuras, e a tela voltou automaticamente ao seu tamanho original, acordando-me.

Meu celular não parava de tocar, com torcedores do Vasco me pedindo para fazer uma transmissão ao vivo. Franzi a testa. Claro que eu não admitiria! Muito menos seria tola o suficiente para fazer uma transmissão ao vivo para ser julgada.

Eu disse que não, mas os boatos de que eu e o Otávio tínhamos reatado chegaram aos trending topics.

Como o primeiro episódio do programa que gravei foi ao ar, alguém tirou screenshots do meu Orkut, com postagens de mais de uma década atrás.

Os usuários da Internet ficaram comovidos: "Quem diria que choraríamos não com a história principal, mas com o segmento de conscientização no final."

"Se crescer significa esquecer você, então eu não quero crescer."

"Ter a ex-esposa e a atual namorada no mesmo palco, isso é um verdadeiro campo de batalha! Será que o Diretor Barcelos estava assistindo na plateia?"

"Adultos mentem, mas os sentimentos da juventude são os mais sinceros."

Alguns ainda ampliavam imagens do meu rosto, tentando capturar algum olhar que pudesse indicar rastros de Otávio, e de repente, a nostalgia virou febre, com todos querendo sentir aquela sensação de impotência e a dor surda no coração...

De repente, chegou o dia da partida de Antônio, e fui ao aeroporto para me despedir dele.

Ele estava usando uma máscara e um moletom preto, escondendo-se completamente: "Ser reconhecido pode ter um impacto negativo para você."

Ele sorriu resignado: "Eu também estava lá naquele dia."

Eu me sentia impotente. Todos os dias, havia internautas comentando sobre minha vida, bisbilhotando meu passado com Otávio, desde nossas aparências até nossas famílias: "É só uma moda passageira. Em poucos dias, algo novo surgirá para substituir isso."

Eu não sabia se estava tentando consolá-lo ou a mim mesmo, afinal, eu só havia gravado um episódio do reality show.

Ele sorriu, correu alguns passos à frente, depois se virou e acenou para mim: "Espere por mim!"

Parecia que ele não estava partindo em uma grande missão, mas sim em uma viagem tranquila.

Como alguém tão enérgico e otimista poderia ir para o exterior para se juntar a uma grande família como um subalterno?

Dei um pulo e acenei de volta, gritando: "Boa sorte!"

Quando ele sumiu de vista, virei-me para sair e, então, um homem com aparência semelhante à de Antônio estava parado na minha frente.

Não sei quanto tempo ele esteve olhando de longe.

Ele deu alguns passos à frente, parando a uma distância socialmente aceitável antes de me chamar: "Elvira."