Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 279

Eu já havia me conformado com a ideia de que não nos veríamos mais nesta vida. Agora, tudo o que restava era um suspiro melancólico.

Eles eram, sem dúvida, a família que eu mais amava. Mas o que aconteceu para que, de uma noite para outra, os laços se transformassem em rancor, e aqueles que antes eram queridos se tornassem inimigos?

E assim, eu também me tornei uma pessoa solitária, apenas uma sombra de quem fui, sem ninguém ao meu lado.

"Clang!"

Hugo jogou a xícara de café com força sobre a mesa, e Sófia se encolheu, como um rato que acaba de avistar um gato, refugiando-se nos braços de Amália.

Aquele ar de superioridade que ela exibiu ao me ver havia desaparecido.

"Ajoelhe-se!"

Hugo emanava autoridade sem sequer erguer a voz.

Sófia, agarrada à cintura de Amália, fez beicinho: "Mamãe…"

Amália tentou interceder, mas, ao notar o olhar firme de Hugo, não teve outra escolha senão dar um leve empurrãozinho com o cotovelo em sua filha: "Ajoelhe-se ali."

Sófia lançou um olhar repleto de rancor na minha direção, como se se humilhar na minha frente fosse um ataque à sua dignidade. Ela praticamente tentava se esconder atrás da toalha da mesa, desejando que eu não a visse.

Agindo tão infantilmente até mesmo em sua teimosia.

Levantei uma sobrancelha, sem entender o drama familiar que se desenrolava diante de mim.

Hugo suavizou completamente sua expressão rígida, e estendeu a mão para mim com um olhar cheio de ternura: "O Otávio disse que tinha uma surpresa para mim, e realmente é uma surpresa! Só de ver você, já me sinto até melhor! Venha cá, deixe-me dar uma olhada em você!"

Fitei Hugo, confrontando-o com o silêncio. Algumas relações, uma vez esfriadas, são como vidro quebrado: não se reconstroem.

Me aproximei de Sófia, que continuava ajoelhada, e sentei-me à sua frente.

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