Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 291

"Me solte!"

Aquela expressão irritante de Otávio realmente se destacava, e eu não queria começar uma discussão com ele na entrada do hospital.

"Me diga o que está sentindo, e eu solto!"

Senti uma leve irritação surgir. Ele tinha vindo ver Celina, então por que estava tão preocupado comigo?

"Isso não é da sua conta."

"Você não precisa me contar, eu posso sempre conseguir seu histórico médico!"

Ele disse isso enquanto soltava minha mão e pegava o celular, determinado a cumprir o que acabara de dizer.

Fiquei sem palavras, observando Otávio com um misto de exasperação e tontura, como se o mundo ao redor girasse.

Se fosse uma doença comum, eu não me importaria que ele soubesse, mas se ele descobrisse sobre a lesão, isso certamente envolveria Antônio.

"Estou bem, só vim ver uma amiga."

Instintivamente, toquei meu pescoço, rezando para que nenhum curativo estivesse visível.

Otávio fez uma pausa, desviando o olhar do celular para me analisar com suspeita.

Seus olhos escuros percorreram meu corpo dos pés à cabeça, e, após alguns instantes, sua expressão ficou ainda mais séria.

Maquiagem impecável, cabelo cuidadosamente arrumado, e sem meu habitual traje profissional.

"Vestida assim, no meio da noite, para visitar uma amiga."

Seu tom era gelado, e ele soltou um riso sarcástico: "Que amiga? Quem é essa amiga que eu nunca ouvi falar?"

"Se o Diretor Barcelos tem tanto tempo livre, deveria se preocupar mais com as pessoas ao seu redor. Você só conhece o meu passado. Desde que nos separamos, faço novos amigos todos os dias."

Afinal, ele também estava ali para ver uma "amiga" - então com que direito ele me julgava?

E, de certo modo, eu estava aliviada por estar usando um vestido preto. Caso contrário, as manchas de sangue poderiam ter sido mais evidentes e talvez até assustassem os motoristas que me dessem a carona.

Não era o mesmo anel que ele me deu. Este parecia ter ainda mais quilates.

"Sra. Gattas, está tão tarde, você está sozinha, sem carro… Otávio e eu deveríamos lhe dar uma carona, mas infelizmente não estou me sentindo bem. Otávio só pode me levar. Quer que chamemos um carro para você?"

"Não precisa."

"Não precisa."

Eu e Otávio respondemos ao mesmo tempo, e eu o encarei surpresa, mas fui a primeira a dizer: "Eu já estava de saída."

Otávio olhou para Celina: "Primeiro, levo você para casa. Depois, eu levo ela."

"Otávio, meu corpo está realmente muito desconfortável... Sinto como se uma grande mão estivesse apertando todos os meus órgãos. Quando a dor vem, não consigo evitar pensar naquela noite..."

Celina não terminou a frase, pois Otávio a interrompeu: "É por isso que vou te levar primeiro."

Celina ficou visivelmente contrariada, mas estava claro que Otávio não estava discutindo com ela, e da mesma forma, o olhar que ele me lançou era profundo e carregado, sem qualquer traço de disputa.