Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 293

Celina parecia visivelmente desconfortável: "A Sra. Gattas só pode estar brincando. Otávio e eu planejamos morar juntos assim que nos casarmos."

"Ah, mas hoje em dia todo mundo recomenda viajar e morar junto antes do casamento, né? Assim dá pra ver se o casal realmente é compatível."

Respondi distraída, com meu olhar fixo na janela. Eram palavras que Hortencia sempre me dizia, embora nunca com tanto peso.

Antes do nosso casamento, Hortencia sugeriu que eu e Otávio fizéssemos uma viagem juntos, como um teste, e brincou dizendo que, se ele tivesse algum defeito oculto, eu ainda poderia desistir do casamento.

Naquela época, tudo o que eu queria era casar com ele, sem pensar em mais nada, acreditando que, mesmo que Otávio tivesse qualquer limitação, apenas olhar para seu rosto já me bastava...

De repente, Otávio falou, com sua voz calma e serena, cortando o ambiente com um tom inesperado: "É mesmo? Então você já viajou e morou com Antônio?"

Virei-me para ele surpresa, e seus olhos mantinham uma calma inabalável, como se aquele comentário casual não tivesse nenhuma intenção oculta.

"Otávio, o que está insinuando? Com quem a Sra. Gattas escolhe estar é algo que cabe a ela, até admiro sua liberdade e ousadia. Comparada a ela, sou mais conservadora. Mas foi a Sra. Gattas quem sugeriu que morássemos juntos antes do casamento."

Celina murmurou para Otávio: "Sabe, talvez isso funcione também. Que tal passar lá em casa mais tarde e me ajudar a organizar algumas coisas? Morar sozinha é tão solitário."

Otávio apenas franziu as sobrancelhas, fitando a estrada com intensidade, ignorando completamente o que Celina dizia, concentrado como um motorista iniciante que não desvia o olhar do trajeto.

"Haha, que vergonha, não precisa responder. Otávio, eu só estava brincando." - Acrescentou Celina com uma risada constrangida. Depois virou-se para mim, continuando num tom suave: "Sra. Gattas, não sei se percebeu, mas este meu corpo ainda precisa se recuperar por um bom tempo. Otávio me vê bem, mas ainda não podemos dividir a cama. Ele se preocupa muito comigo, sempre receoso que eu me machuque de novo. Às vezes, sinto que o estou privando."

Celina dizia isso para Otávio, mas claramente também para mim.

A luz da lua entrava suavemente no carro, e, por um breve momento, achei que havia uma gentileza inesperada em seu tom. Talvez pelo fato de ter lidado com Lisandro recentemente, senti que, apesar de Otávio também ser perigoso, não poderia ser pior que Lisandro.

Ele apoiou uma das mãos no encosto do assento, observando com interesse o lenço no meu pescoço: "Então, essa ida com Antônio foi como uma viagem? Pelo que sei, ele ficou no hotel que você reservou, então vocês ficaram juntos. Sob esse lenço, há marcas de chupões?"

...

"Você estava me espionando!?"

"Não exatamente. Rastrear os seus passos é uma tarefa muito fácil para mim."

Ele acrescentou: "Senti sua falta e não consegui te encontrar… foi por isso que procurei."