Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 326

Para Otávio, a Vila Oceano Luxo nunca teve um significado especial.

Era apenas uma casa.

Ele a daria a quem quisesse.

Como se temesse minha recusa, ele apertou o cinto de segurança para mim, segurou meu ombro e me puxou firmemente para seus braços.

Levantei o olhar para ele, mantendo uma expressão indiferente, e respondi em voz baixa: "Tudo bem."

O olhar de Otávio sobre mim ficou cada vez mais intenso, e sua palma parecia ter se transformado em uma armadilha de espinhos, cravando-se na minha pele. Quanto mais eu tentava afastá-lo, mais profundamente ele me prendia.

Olhei diretamente em seus olhos, sem submissão nem arrogância. Embora eu tivesse concordado, ele parecia estar irritado.

Após um longo tempo, Otávio finalmente soltou sua mão.

Mas a dor persistia.

Sua voz, cheia de uma resignação dolorosa, ressoava em mim, cada frase mais pesada que a anterior: "Agora que teve um apartamento luxuoso, despreza as antigas e velhas mansões, não é?"

Sua respiração era mais pesada que suas palavras: "Quando a Vila Oceano Luxo estava sendo decorada, você revisou os projetos. Quando compramos os móveis, a Sra. Tereza trouxe a lista para você aprovar item por item. Você escolheu cada detalhe da casa."

Ele deixou o punho cair sobre o volante, e um som de buzina estridente abafou sua voz furiosa: "E depois de tudo, você simplesmente não quis mais."

Desviei o olhar, fixando-o vagamente pela janela: "A Vila Oceano Luxo pode ter sido nossa casa de casamento, mas era sua propriedade antes do casamento. Você tem todo o direito de dá-la para Sófia. Não tem nada a ver com o que eu queira ou não."

Inclinei-me e segurei a mão de Otávio. No momento em que o toquei, senti seu corpo enrijecer.

Seus dedos longos e bem delineados, que eu tanto adorava, eram raramente tocados por mim de forma aberta. Mas hoje, isso não me importava tanto.

Entrelacei meus dedos entre os dele, apertando nossas mãos juntas, e olhei para ele com um leve sorriso.

Otávio parecia disposto a me mostrar cada canto do apartamento, mas eu não estava interessada. Sentei-me diante do aquário, encostando o rosto no vidro: "Eu realmente gosto desses peixes. Vou ficar aqui observando um pouco. Descanse, e à noite eu te convido para jantar."

Do outro lado do aquário, uma imagem distorcida de seu rosto surgiu.

Não sei se era impressão minha, mas ele parecia sorrir, e seus olhos escuros emanavam uma doçura quase sufocante: "Eu não sabia que você gostava, deveria ter comprado para você antes."

"Ah" - respondi displicentemente: "Ainda não é tarde."

Talvez por eu o ter tratado de forma amável, ele continuou rondando ao meu redor, relutante em se afastar, realmente interferindo na minha observação dos peixes.

Olhei para o relógio, e peguei o celular fingindo reservar um restaurante. Disse que seria uma surpresa para ele, para não me seguir, e finalmente consegui um momento de paz.

A mensagem no celular era de Landulfo: "Combinei de encontrar Severino Barros para discutir negócios no Hotel Porto, vem logo!"