Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 339

"Elvira?"

Foi a primeira vez que vi Hortencia se livrando de suas roupas de trabalho pesadas, vestindo-se de maneira elegante e ficando ao lado de um homem com uma postura tão refinada.

E o homem ao seu lado, de alguma forma, me parecia familiar.

Ele aparentava ter seus vinte e seis ou vinte e sete anos, com um rosto de traços jovens, mas marcantes, que destacavam sua beleza.

Seu olhar frio lhe dava um ar de rebeldia, mas havia algo no brilho dos seus olhos que sugeria uma profundidade inesperada, algo que deixava claro que ele não deveria ser subestimado.

Parece que o homem à minha frente era o novo namorado de Hortencia que Dalmo mencionara.

"Elvira, ainda não te apresentei. Este é meu namorado, Aurelio. Eu estava comentando que queria muito que você o conhecesse, e aqui estamos."

"Aurelio, esta é minha amiga mais querida, sobre quem sempre falei, Elvira."

Sorri, estendi a mão para cumprimentá-lo e então perguntei: "Vocês estão saindo? Parece que vim em um momento não muito apropriado."

"Ah, Aurelio queria me levar para encontrar alguns amigos. Você precisava falar comigo sobre algo?"

Depois dos acontecimentos na Cidade L, minha preocupação com ela ainda persistia, mas, pelo menos, Aurelio parecia cuidar de Hortencia da maneira certa.

Mesmo com várias perguntas em mente, não era o momento para esclarecê-las. Estava prestes a dizer que não era nada importante quando Aurelio, de maneira convidativa, se adiantou: "Por que não vem conosco?"

Hortencia, animada, agarrou meu braço: "Ótimo! Vou te dizer, Aurelio descobriu um restaurante maravilhoso. Vamos todos juntos."

Apesar de já ter jantado, minha preocupação com o novo namorado dela me fez aceitar o convite.

No carro, Hortencia e eu nos acomodamos no banco de trás, enquanto Aurelio dirigia.

Mesmo afastada das responsabilidades diretas, ela ainda se preocupava com o escritório, o que me tranquilizava. Conversamos sobre o trabalho no caminho.

"Melhor não entrarmos em tantos detalhes" - disse Aurelio, interrompendo meus pensamentos, com uma frase que trazia toda uma cena à mente.

"Haha, é só porque percebi que a Sra. Gattas me olha com cautela. Se quiser, posso ser mais explícito, até gostaria de debater isso com a Sra. Gattas."

"Melhor não. Algumas coisas ficam melhores guardadas como lembranças."

"Ah, tudo bem então. Faz tempo que não tenho vontade de compartilhar tanto assim. Onde a Sra. Gattas mora? Deixe-me levá-la em segurança. Afinal, você é a melhor amiga da minha namorada, e eu não gostaria que algo ruim acontecesse no caminho." - disse Aurelio, com um olhar enigmático em minha direção.

Meu rosto involuntariamente se endureceu. O jantar havia sido tranquilo até agora, mas com a Hortencia embriagada, deixou escapar demais sobre si.

"Eu vou te acompanhar para levar a Hora de volta, depois vou ficar na casa dela. Nesse caso, talvez você precise ir sozinho quando for embora."

"Sra. Gattas, parece que você tem um certo receio de mim, mas mesmo assim está disposta a ficar sozinha comigo por amizade. Parece que você realmente se importa com nossa Hora." - Aurelio levantou-se, amparando Hortencia, e me lançou um olhar gentil: "Embora a Família Guedes tenha tradição, não pode ser comparada com o prestígio crescente da Família Barcelos. Pode ficar tranquila quando estiver comigo, Sra. Gattas. Eu jamais ousaria fazer algo."

Enquanto saíamos, senti a tensão no ar crescer de repente: "Então você realmente sabe quem eu sou?"