Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 344

O som da água correndo no banheiro ecoava pelo quarto, mesclado a ruídos que carregavam uma sugestão ambígua.

Ele preferia se resolver sozinho a me tocar.

Eu sempre pensei que o ciúme dele em relação a mim tinha a ver com as "novas experiências" que eu havia introduzido na sua vida.

Uma vida tão monótona, de repente agitada por um impulso de amor e desejo que eu forcei nele, permitindo que experimentasse, ainda que brevemente, o que seria um relacionamento apaixonado na juventude. Nada além disso, ou assim eu pensava.

Mas agora ele se recusava a me tocar novamente, deixando-me em dúvida se o prazer físico o deixava mais feliz ou se era o "sentimento" que ele tanto enfatizava...

O cansaço já havia me vencido, e meu cérebro, paralisado, recusava-se a processar qualquer outra coisa. Não fazia diferença. Qualquer coisa serviria naquele momento.

Oscilando entre sonhos e realidade, senti o lado da cama afundar levemente. Otávio me envolveu em seus braços.

A umidade de seu corpo não havia sido completamente enxugada, trazendo uma sensação de frio que me despertou um pouco, mas ainda assim não consegui abrir os olhos.

Seus beijos pousaram delicadamente no topo da minha cabeça, enquanto ele dizia, em um tom baixo e carinhoso: "Amor, vou te dar um presente que você vai adorar."

"De casamento?"

Eu nem sabia o que estava dizendo, respondendo sem pensar.

Nem sabia por que essas palavras escaparam dos meus lábios. Talvez, no fundo, fosse algo que sempre me incomodou.

Voltar para ele dessa maneira, sem qualquer formalidade, fazia com que me sentisse sendo duramente julgada... por mim mesma.

Otávio riu baixinho, mordiscando a pele das minhas costas: "Não exatamente."

"Que bom. Obrigada... obrigada."

Agradeci duas vezes, já delirando de sono: "Vamos dormir... só dormir..."

O sono rapidamente sobrepujou qualquer sensação de perda momentânea. Afinal, eram apenas artifícios dele, truques para agradar uma mulher. Não passava pela sua cabeça casar-se comigo novamente.

A atmosfera ficou um pouco estranha, e Otávio parecia lisonjeado com o gesto.

Eu estava prestes a retirar minha mão, mas ele a segurou firmemente, beijando-a levemente: "Bom dia, amor. Está preocupada que eu precise dormir mais um pouco?"

Eu tentei me soltar, sem sucesso: "Não. Estava prestes a te dar um tapa, mas não tive a chance de agir."

Otávio riu baixo, dando tapinhas com minha mão em sua bochecha: "Assim?"

Eu recolhi minha mão como se tivesse levado um choque. Apesar da proximidade da noite anterior, algo havia mudado, e eu simplesmente não conseguia me acostumar com essa intimidade repentina.

A decepção era evidente nos olhos de Otávio.

Ele suspirou, apoiando o corpo enquanto roçava a ponta do nariz na minha, como se a proximidade nunca fosse suficiente. Então, deixou um beijo suave em meus lábios.

O que começou como um beijo suave logo se tornou algo mais profundo. O homem, recém-desperto, tomado por uma paixão avassaladora, deixou-se levar pela intensidade do momento...