Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 351

Uma grande queima de fogos foi organizada para toda a cidade, atraindo olhares e comentários curiosos. Entre brincadeiras, um internauta perguntou: De qual magnata dominador será essa demonstração para apaziguar sua delicada esposa?

Outro, mais atento, notou que os fogos eram idênticos a uma queima anterior. Não demorou para que os nomes de Otávio e Celina surgissem novamente nos comentários, trazendo à tona uma enxurrada de especulações.

No meio disso, uma mensagem anônima apareceu no meu blog, vinda de alguém com o ID "Por Que Ela Não Fica Com Ciúmes?". Ela dizia: "Não escute o que estão dizendo. Todos os fogos foram feitos apenas para você."

No momento em que levantei a cabeça, Otávio acabara de virar seu celular de cabeça para baixo sobre a mesa.

Ele engoliu em seco, e vi sua laringe se mover. Não sabia se era nervosismo ou por outro motivo.

Pensando sobre o "foguete com cheiro de merda" e seu ID, algumas memórias enterradas foram despertadas.

Se Otávio realmente usou esse ID para me enviar uma mensagem, isso significava que ele sentia que era hora de romper a barreira entre nós.

Tantas situações "ridículas" passaram pela minha mente. Se todas aquelas atitudes - e até a participação de Celina - eram parte de um plano para provocar meu ciúme, o que eu mais queria agora era manter aquela barreira intacta, talvez até reforçá-la.

Com o tempo, poderia parecer que ele estava sendo infantil, mas apenas eu sabia o quanto me senti impotente naquela época.

Mesmo agora, querendo sorrir para ele, algo dentro de mim me impedia.

De repente, o telefone de Otávio tocou, quebrando o silêncio do ambiente. A voz de Celina ecoou, clara o suficiente para que eu ouvisse.

"Otávio, essa queima de fogos foi especialmente feita para se despedir de mim?"

"Você deveria ter me avisado antes. Eu estava no banho, ouvi o barulho e corri para a janela sem nem me vestir direito. Acabei perdendo o começo... Mas fiquei tão emocionada."

Fingi estar alheia, mantendo meus olhos fixos no celular enquanto trabalhava.

"Você está imaginando coisas. Espero que tenha uma boa trajetória." - Otávio disse com um tom indiferente. Ele desligou sem cerimônia, suspirou e levantou-se. Caminhou até a cozinha para preparar algo para comer, sem tocar mais no assunto.

De repente, o público começou a murmurar, e os olhares sobre mim se tornaram julgadores, como se eu fosse alguém que vivia à sombra de controvérsias.

Enquanto observava ao redor, me lembrei de Antônio. Houve um tempo em que, sem hesitar, ele saiu de seu assento para me proteger.

Mesmo que ele não tenha feito nada por mim, aquele gesto foi o suficiente para me comover.

Olhando ao meu redor, já não havia mais "guerreiros" - e me perguntava como ele estaria agora, se já teria ido para o exterior...

Perdida em pensamentos, a sala inteira ficou em alvoroço.

Otávio entrou pela porta lateral do salão, com cada passo seu carregando uma confiança silenciosa.

Seu olhar era profundo, revelando uma força que parecia capaz de dobrar o mundo. Ele me encontrou na multidão e acenou com um sorriso confiante, como se nada pudesse abalá-lo. Era difícil imaginar como um homem tão controlado poderia, em outro momento, perder a razão beijando uma mulher...