Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 355

"Otávio, você é apenas alguém relutante em sair da sua zona de conforto. Encontrar outra 'Sra. Barcelos' que seja, no mínimo, razoável deve parecer um pesadelo para você. Talvez não queira gastar tempo, talvez não queira se dedicar, ou talvez seja a pressão do seu pai... Há tantos motivos para você ter dito o que disse hoje."

Levantei o rosto, encontrando seus olhos, e minha voz saiu num tom quase inaudível: "Otávio, vou fingir que não ouvi isso."

O homem à minha frente engoliu em seco, levantou a mão para tocar meu ombro, e uma leve dor irradiou pelo meu lado esquerdo, desacelerando o ritmo frenético do meu coração.

A voz de Otávio tremia levemente: "Eu sou decidido em tudo o que faço, tenho meu próprio julgamento, mas só você consegue me deixar confuso. Ainda assim, posso garantir que esses motivos que você mencionou não têm nada a ver comigo, porque eu já pensei muito sobre nós."

Seu olhar era sincero e suas palavras, carregadas de emoção.

Mas ele era excelente em enganar.

Se não tivesse aquele rosto tão hipnotizante, se não fosse tão gentil e sério, eu nunca teria acreditado nele por tantos anos.

Fechei os olhos, repetindo silenciosamente para mim mesma, sem parar, que não podia acreditar... que não devia acreditar...

De repente, fui envolvida por um abraço firme, e mesmo de olhos fechados, reconheci imediatamente seu cheiro.

Era como se o corpo dele tivesse um espaço reservado só para mim, um lugar onde eu me encaixava perfeitamente, onde podia sentir uma proteção que ninguém mais conseguia me oferecer.

Uma voz insistente dentro de mim perguntava, sem trégua: Elvira, por que mais ninguém te faz sentir assim?

Essa ideia me abalou profundamente, me deixando sem palavras.

Os lábios quentes tocaram minha testa, e a voz de Otávio penetrou diretamente em meus ouvidos.

Ele disse: "Elvira, eu cheguei até aqui. Não me peça para voltar."

Nesse momento, fiquei ainda mais incerta sobre o que dizer a ele.

E agora, de repente, ele colocava o fim desse fio em minhas mãos, e eu não sabia o que fazer com ele.

Olhei para baixo, quase sem coragem de olhar novamente em seus olhos sinceros: "Otávio, preciso de um tempo."

Virei-me e corri. Eu precisava de um momento para respirar, para acalmar meu cérebro que parecia prestes a explodir.

Do outro lado da rua, comecei a acenar freneticamente por um táxi, quase como se minha urgência pudesse fazê-lo chegar mais rápido. Só queria ir embora, ignorando o olhar penetrante que sabia estar me observando à distância.

Abri a porta do carro e, enquanto me abaixava para entrar, um som estridente de atrito atingiu meus ouvidos, seguido de um estrondo ensurdecedor!

"Elvira!"

Meu nome foi gritado com desespero por uma voz familiar. Antes que pudesse reagir, uma onda de calor me lançou para longe. O brilho intenso e a confusão tomaram conta de tudo. E, naquele caos, eu apenas vi a luz, enquanto tudo ao meu redor se dissolvia em silêncio e escuridão.