Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 360

Beijar, para mim e Otávio, já tinha se tornado algo quase habitual.

Eu segurei seu rosto, tentando pousar um beijo leve em seus lábios como havia feito antes, mas logo percebi que aquele gesto, de repente, não poderia ser algo tão simples.

Eu entendia claramente que a palavra "iniciativa" ou seu olhar esperançoso aumentavam minha pressão psicológica.

Irritada, eu disse: "Estou cuidando de você porque se machucou por minha causa, então pare com esses testes!"

Otávio baixou os olhos, falando mansamente: "Não estou testando nada. Só queria um beijo seu por ter me machucado. Não é pedir muito, certo?"

De repente, fiquei sem palavras.

"Elvira, você está com medo. Está fugindo, se esquivando de mim."

Otávio falou de forma assertiva: "Você me ama."

Um cheiro familiar invadiu minha boca. O beijo dele era tão intenso que parecia ter uma força quase selvagem.

Como se quisesse provar sua declaração, ele me segurou, impedindo qualquer fuga, e me beijou com uma paixão que parecia me consumir, acompanhada por um som quase imperceptível, mas cheio de desejo.

Meu coração disparava. Eu permanecia imóvel, mas era como se estivesse sendo arrastada para um redemoinho de sensações.

A voz de Otávio era rouca e perigosa: "Responda-me, entregue-me seu coração. Você sabe que gosta quando eu toco em você."

Ele deixou de lado a intensidade dominante que acabara de demonstrar, transformando o beijo profundo e voraz em carícias suaves, descendo com lambidas delicadas. A cada movimento, parecia que quem estava prestes a incendiar não era ele, mas eu.

Enquanto eu estava atordoada por seus beijos, ouvi-o dizer: "Elvira, você sempre se orgulhou de amar e odiar sem reservas. Por que está hesitando agora? É tão difícil admitir que me ama?"

"Eu..."

Quase desfalecida em seus braços, sentia minha mente girar. Estava tão sem ar que mal conseguia formular qualquer pensamento coerente. Mesmo com as mãos atadas pela situação, ele parecia ter habilidade suficiente para me deixar completamente perdida.

Ao ouvir sua promessa, senti meu coração se abalar. Talvez, se ele estivesse realmente ao meu lado, eu pudesse aceitá-la.

Sem mais resistência, respondi, com firmeza: "Está bem!"

Talvez eu estivesse fora de mim. Talvez louca. Levantei-me e o empurrei de volta ao sofá, tomando a iniciativa de beijá-lo sem mais delongas.

Naquele instante, as roupas pareciam ser apenas obstáculos para que adultos pudessem expressar seus sentimentos.

Otávio, com as mãos limitadas, começou a suar. Ele parecia prestes a dizer algo, quando a campainha tocou.

"Ignore. Vamos continuar!"

Mas o som da campainha logo se transformou em batidas insistentes na porta: "Otávio! Abra essa maldita porta!"

O lampejo de sanidade que havia se perdido foi trazido de volta com aquelas batidas incessantes. Era Antônio...