Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 380

Após o que aconteceu na noite anterior, Otávio não me impediu mais.

Logo de manhã seguinte, parti para uma viagem de negócios ao interior, e o que estava planejado para durar três dias acabou estendendo-se por uma semana.

Como o tempo do plano aumentou, Dalmo quis me acompanhar, mas eu recusei.

Ele já havia adquirido algumas ações do Grupo Barcelos para mim e estava em contato com alguns pequenos acionistas, mantendo-se ativo. A cidade S não poderia ficar sem ele.

O que me coube foi um caso menor, mas a diferença é que eu aproveitei o tempo no hotel para revisar os documentos.

No terceiro dia, recebi uma mensagem de Otávio perguntando se eu voltaria para casa naquele dia e se ele deveria me buscar no aeroporto.

Eu sorri, segurando o celular, pensando se ele estava tentando me convencer, mais uma vez, a termos um filho logo, sob o pretexto de se preocupar, para me fazer voltar para casa mais cedo.

Afinal, quando parti, fiz isso sozinha, ele nem se deu ao trabalho de me acompanhar até a porta de casa, que dirá buscar-me.

Ignorei a mensagem, guardando o celular no bolso. Na verdade, eu só tinha planejado encontrar-me com o cliente no dia seguinte.

Aproveitando que não queria ficar na Pousada Oceano Luxo, saí mais cedo e, com tudo preparado, tive mais tempo para explorar a região.

Acabei chegando ao pé de uma montanha famosa localmente. De longe, via-se suas paredes vermelhas e telhados amarelos, um charme antigo, mas era um lugar de peregrinação para quem busca parceiros ou descendentes, o que não era o meu caso.

Quando estava prestes a ir embora, uma senhora que lia a sorte pelas linhas das mãos junto à parede, segurou minha mão.

Ela falava um dialeto que eu não entendia, soltando ocasionalmente algumas palavras auspiciosas. Levada por seu sorriso gentil, acabei dando-lhe trinta reais...

Eu não acreditava naquilo, então o que ela disse não importava.

Quando terminei o ensino médio, já tinha ido secretamente à Igreja Eterna, acendi velas, fiz orações, pedi com devoção aos santos, mas agora, eu e Otávio estávamos frios um com o outro.

Depois do casamento, cheguei a sugerir que ele me acompanhasse à Igreja Eterna para pagar uma promessa, mas ele apenas riu, provavelmente já esqueceu isso há muito tempo. Talvez os santos realmente estivessem zangados.

No dia seguinte, encontrei-me com a cliente, uma senhora de meia-idade, cujo marido havia falecido. Ela sustentou sozinha a sogra por quinze anos, mas agora, doente, não tinha mais condições de cuidar dela e queria que a filha da sogra a levasse embora. Mas a sogra recusava-se a reconhecer a situação, chorando e dizendo que a nora não queria mais cuidar dela.

Contra esse tipo de pessoa, uma simples ação judicial era suficiente para intimidá-las. A filha, que até então estava ausente, finalmente apareceu, e o processo de negociação foi relativamente tranquilo.

A senhora me agradeceu muito, dizendo que outros advogados pediriam milhares de reais, enquanto eu não cobrei nada, fazendo um trabalho puramente beneficente.

Ela me disse que a especialidade local era a cerveja e insistiu para que eu não deixasse de visitar o festival de música e cerveja da região antes de partir. O ingresso era para o dia seguinte.

Como também não queria voltar para enfrentar Otávio, guardei o ingresso e fui ao festival. Contrariando minhas expectativas, o local não era o cenário fervilhante que imaginei, mas algo completamente diferente.

Um piano foi colocado no centro do palco, e o homem que eu queria evitar acabou subindo e sentando-se à frente do instrumento. Seus dedos tocaram levemente as teclas, e uma música de piano completamente diferente do ambiente começou a ser tocada.

Ele estava usando uma máscara, mas mesmo assim, reconheci-o imediatamente...