Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 405

Foi Aurélio quem me pegou nos braços.

No momento em que Antônio abriu os braços para mim, usei toda minha força para mudar de direção.

Antônio, com um olhar de profunda dor, chamou meu nome, "Elvira!"

Para minha surpresa, Aurélio decidiu não mais ficar em segundo plano, mas sim, defender-me com veemência.

"Por que você não leva sua esposa e vai embora de uma vez? Vai ficar aqui atrapalhando?" ele esbravejou.

Hortência também falou, "Eu cheguei a confiar em você, pensei em deixar Elvira aos seus cuidados, mas o que você fez? Guardou um segredo tão grande dela!"

Naquele momento, eu não sabia como descrever meus sentimentos.

Parecia que Antônio, de pé, imponente diante de mim, se tornara inalcançável.

Mesmo quando ele se inclinou em minha direção, desviei de sua mão estendida, sabendo que sempre haveria um abismo intransponível entre nós.

Parecia que Antônio havia engolido a amargura do mundo, uma amargura tão intensa que ele mal podia expressar.

Ele queria expelir essa amargura, mas o veneno já havia se infiltrado em seu ser, tornando-se um com ele, uma amargura tão profunda que parecia ameaçar sua própria existência.

"Elvira, você também quer que eu vá embora?"

Eu suspirei, desviando o olhar para não mais encará-lo, pelo menos por enquanto, sem saber como enfrentá-lo novamente.

Quando ele sabia muito bem que eu ainda era casada com Otávio, por que ele me perseguiu com tanta paixão? O que ele estava pensando?

Os olhos de Antônio estavam vermelhos, repletos de desespero e dor, enquanto ele se ajoelhava no chão.

"Na verdade, eu sempre quis te contar, mas se você soubesse que nunca se divorciou de Otávio, como poderia me aceitar, Elvira? Você pode me entender? Eu não queria perder a chance, não me importava de quem você era esposa, eu só sabia que estávamos tão perto, tão perto de ficarmos juntos."

Meus dedos involuntariamente se cravaram no carpete abaixo de mim, tentando controlar as emoções turbulentas, e então me virei para Aurélio, "Me ajude a levantar."

Para ela, Otávio parecia mais um demônio, e ela queria tirar Elvira dali.

Aurélio estava prestes a me carregar quando Otávio finalmente falou, sua voz baixa, mas carregada de autoridade, "Ouse encostar nela."

Eu não olhei para trás, sentindo como se algo estivesse preso no meu peito, tornando difícil até mesmo falar. Após um longo esforço, não consegui expressar uma palavra.

Hortencia percebeu minha tristeza, e lágrimas começaram a escorrer pelos cantos de seus olhos. Ela estampou o pé no chão, virou-se e correu em direção a Otávio, rasgando sua roupa e batendo no seu peito.

Naquele momento, ela não era a advogada profissional e composta que conhecíamos no escritório, mas sim uma força indomável determinada a despedaçar Otávio, "Seu desgraçado! Eu preferiria que Elvira nunca tivesse cruzado o seu caminho! Que azar o nosso ter que aturar você!"

"Chega!"

Foi com toda a força que eu tinha que consegui gritar, interrompendo sua fúria.

Lágrimas brotavam dos meus olhos enquanto eu forçava um sorriso nos lábios. Com a expressão mais serena que consegui, finalmente me virei para encarar Otávio, "Otávio, só te faço uma pergunta. A vida do nosso filho não foi suficiente para nos manter unidos?"