Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 430

No momento em que peguei o acordo de divórcio, ainda estava atordoado.

De volta ao carro, examinei cuidadosamente a letra de Otávio. Embora não fosse tão firme como antes, era inegavelmente a sua caligrafia.

Em que circunstâncias ele teria feito uma assinatura tão descuidada?

Imagens dele com Sofia surgiram involuntariamente na minha mente, preferia acreditar que ele assinou com impaciência. Essa explicação, de alguma forma, era mais fácil de aceitar...

A ligação de Hortencia interrompeu meus devaneios. "Ouvi dizer que você voltou? Você está como um fantasma, até eu não consigo te encontrar."

Eu ri, "O que aconteceu, tem alguma novidade?"

Hortencia também riu do outro lado da linha, "Vamos nos encontrar. Aquele assunto que você pediu para o Aurelio ficar de olho, teve um desdobramento."

"É mesmo? Tudo bem até agora?"

Enquanto falava, instruí o motorista a ir para o Escritório de Advocacia Atlântida, "Estou a caminho."

"Não muito bem, o local é bem escondido. O Aurelio tentou seguir algumas vezes, mas perdeu-os de vista."

"Eles estão nisso há muito tempo, com certeza são extremamente cautelosos. O motorista provavelmente é profissional, cuidado para o Aurelio não ser descoberto e assustá-los."

Hortencia se tornou mais séria, "Mas não é que não conseguimos nada, vamos conversar pessoalmente."

Durante o caminho, eu pensava que, já que Otávio escolheu Sofia com tanta determinação, talvez eu devesse preparar um presente especial para o dia do nosso divórcio.

Não conseguia imaginar a expressão dele ao ver meu presente. Seria mais dramática que o momento do divórcio ou ao ver a "vida colorida" de Sofia?

Naquele instante, eu não percebia que, desde o momento em que ele desapareceu abruptamente da minha vida, meus sentimentos já estavam fora de controle...

Naqueles dias, ele ainda era ele, mas eu definitivamente não era mais eu...

Ao chegar no escritório, Hortencia me serviu um chá.

Cheirei-o, mas não bebi.

"Isso é caro, prova!" Hortencia insistiu.

Eu não pude deixar de sorrir e coloquei a xícara na mesa, "Vamos ao que interessa."

Comecei a olhar as fotos uma por uma, franzindo a testa involuntariamente.

Todas as fotos eram de vigilância, e após um tratamento especial, os rostos nas fotos estavam claramente visíveis.

O homem era Saulo, quase sessenta anos, e a mulher era Sofia, na casa dos vinte.

Hortencia brincou, "Sofia realmente tem um gosto peculiar, deixando um gato de lado para beijar um velho. Será que ela sente falta de um pai?"

Olhando para as fotos, senti um calafrio percorrer meu corpo.

Sofia não sofria de falta de amor paterno, mas sim Saulo tinha um gosto peculiar.

Falando estritamente, a idade de Sofia não era apropriada, mas sua estatura de um metro e cinquenta e oito e seu peso, que não chegava a cinquenta quilos, satisfaziam plenamente o apetite dele. Agora, eu finalmente entendi por que quando era criança, minha mãe impedia meu pai de me deixar ter Saulo como meu padrinho; parece que ela já sabia de tudo...

A verdade é que, sem eu saber, minha mãe me protegeu mais de uma vez, e ainda assim, eu discuti com ela por causa disso.

Sentindo um nó na garganta, rapidamente controlei minhas emoções e olhei as fotos que Aurelio me deu, todas mostrando Saulo e Sofia em diversos momentos de intimidade. "De qualquer forma, isso é tudo o que eu preciso."