Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 461

Dalmo se sentiu deslocado ao lado, inventou uma desculpa e saiu de fininho. Olhando para ele se afastar, senti uma inveja inesperada. Como eu queria poder escapar também!

Se alguém pudesse me dar uma resposta, eu gostaria de saber como escolher.

Quando eu disse a Hortência que planejava proteger Sófia, senti um vazio no coração. "Amiga, vamos fazer como eu disse."

Levantei a mão, tocando minha barriga. "Pretendo ir para o exterior para cuidar da gravidez, me afastar por um tempo."

Hortência ficou surpresa, perguntando instintivamente, "Precisa ir tão longe?"

Assenti. "Nana me convidou para ficar com ela. Disse que seria mais fácil cuidar de mim, e eu realmente preciso espairecer."

Vi um sorriso amargo nos lábios de Hortência. "Até mesmo carregando o filho dele, se fosse eu, não iria embora assim!"

Hortência ficou agitada. "Você fez tanto por ele, engolindo todas as injustiças. Elvira, você ainda o ama, não é? Não se engane! Se eu fosse você, ficaria. Eu estaria ao lado dele, vendo sua saúde melhorar lentamente. Amor, eu entendo. Às vezes é difícil distinguir quem está certo ou errado, mas eu jamais deixaria tudo para trás assim!"

Com um sorriso, ouvi Hortência falar apaixonadamente, como se fosse a história de outra pessoa, não a minha.

No momento em que decidi ir embora, senti que tinha feito tudo que podia. Ele não era mais alguém por quem eu me preocupava.

O destino dele estava em suas próprias mãos.

Hortência, um tanto embriagada pela emoção, não parava de falar, insistindo que eu deveria ficar com Otávio. Sabia que ela estava apenas falando, que se realmente acontecesse, ela estaria mais preocupada do que eu.

"Não o amo mais, mas o amei por tantos anos. Não quero que nada de ruim aconteça com ele, só isso." Lembrando o que Otávio havia me dito mais cedo, falei calmamente, "Nós nos divorciamos. Ele não precisa mais de mim."

...

Otávio voltou para o carro, seu corpo tremendo incontrolavelmente.

A emoção perturbadora dentro dele se manifestava fisicamente, e apenas a liberação de sua raiva o confortava um pouco.

Antes, ele não hesitaria em ferir seu braço com um objeto pontiagudo, mas agora ele não podia mais fazer isso.

Ele levantou a manga, olhando as marcas complexas em seu braço, um fogo de determinação brilhando em seus olhos. Ele queria vê-las cicatrizar e formar nova pele.

A força que Elvira mostrou na frente dele hoje, ele nunca esqueceria.

Ele era homem, ele se reergueria. Um dia, ele faria aquela mulher voltar para ele!

Com esse pensamento, seu corpo, há muito adormecido, começou a sentir novamente.

Desde a morte de seu pai, ele aumentou a dose de medicamentos e sabia que, seja ao acordar pela manhã ou ao olhar as fotos de Elvira em seu telefone à noite, nada o faria se sentir como um homem corajoso.