Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 466

Após meses sem ver, o homem à minha frente não era mais o jovem destemido e sempre pronto para a batalha que eu conhecia. Seu rosto, outrora marcado pela audácia, agora carregava traços de serenidade.

Ele passou por tempos difíceis recentemente, com problemas tanto internos quanto externos. Ele e Feliz estavam se preparando para o divórcio, o que significava que ele precisava manter a estabilidade da sua situação no cenário internacional de marcas, um verdadeiro teste para ele.

"Como você voltou ao país? Já resolveu tudo o que precisava?"

Antônio Barros balançou a cabeça. "Algumas coisas ainda precisam da sua ajuda."

Assenti, pensando que seria como antes, e disse, "Dinheiro não é problema."

Antônio deu uma risada, colocando sua mão quente sobre minha cabeça e bagunçando meus cabelos. "Veja só, o garoto que era apenas um pirralho anos atrás agora pode proteger seu irmão das tempestades."

Eu sorri, desfrutando daquele momento de felicidade.

Antônio continuou, "Hortencia me pediu para vir buscar você. Ela disse que não se sentia segura."

"Eu estou bem, foi só uma viagem de avião. Você está tão ocupado."

Antônio me olhou seriamente. "Eu também não me sinto seguro."

Houve um tempo em que fiquei bravo com Antônio.

Bravo porque ele não me contou que não tinha se divorciado. Mas quando Otávio jurou que não deixaria Antônio em paz, eu simplesmente não podia ficar de braços cruzados.

Com o tempo, algumas coisas foram esquecidas.

Antônio passou o braço por meu ombro, me guiando de volta pelo caminho que viemos. Parei imediatamente, olhando para ele nervosamente.

"Fique tranquilo, eu já tenho tudo sob controle lá fora."

Só então percebi que o alvoroço lá fora tinha se acalmado, até mesmo de uma maneira estranha.

Nesse caso, pensei que não havia necessidade de me confrontar com Otávio novamente. Mas ele parecia determinado a me levar para fora para ver.

Em apenas alguns passos, Otávio estava de volta ao meu campo de visão, e mesmo através da multidão, nossos olhares se encontraram.

Quando ele me viu, seu rosto inexpressivo se partiu como se uma enorme fenda se abrisse. Ele avançou, tentando romper a distância entre nós, mas tudo foi em vão.

Eu sussurrei para Antônio, "Vamos embora, não precisamos provocá-lo mais. Ele está doente."

Antônio não se importou, "O que a morte dele tem a ver comigo? Além do mais, eu só estou falando a verdade. Se não destruir o sonho dele, ele continuará pensando que você é eternamente sua esposa."

Abaixei meus olhos, guardando a dor no meu coração. Eu apenas lamentava, lamentava por aquele Otávio que lembrava, agora tão desesperado diante de mim.

Mas entre eu e ele havia tantos conflitos e confusões, que eu não conseguia distinguir o verdadeiro do falso.

"Antônio, eu quero ir embora." Eu enfatizei, "Sério, eu quero ir!"

Passei algumas horas dormindo no avião, e durante esse tempo, Otávio apareceu nos meus sonhos.

O sonho era dominado pela imagem dele, incapaz de se sustentar, ajoelhando-se em um joelho, tremendo e implorando para que eu não partisse.

"Elvira!! Elvira!!"

Não sei quantas vezes ele chamou meu nome, só me lembro que, no último momento, os comprimidos que ele segurava se espalharam pelo chão...