Nossa Vida a "Três": Muito Apertado! romance Capítulo 474

O carro se aproximou, eu tentei abrir a porta, mas não consegui.

Antônio abaixou a janela e zombou, "Quem é o bobinho aqui? Faça força!"

...

Ele não sei como conseguiu um jipe, bem alto e grande, que por mais que eu tentasse, não conseguia abrir.

Parecia que tinha voltado ao Brasil, aquele homem que por três anos se manteve firme no exterior finalmente relaxou, suas ações começaram a lembrar o rapaz arrogante de antes, sem mais precisar fingir seriedade.

Vendo essa mudança nele, fiquei feliz, afinal, quem gostaria de viver sob pressão?

"Que carro velho! Vem me ajudar!" Eu imitei seu tom autoritário e manhoso.

Ele desceu do carro, caminhou até mim, apoiou uma mão na lateral do veículo e com a outra agarrou a maçaneta, sua mão grande cobrindo a minha.

O ar ao meu redor pareceu se comprimir, ele me encurralou em um espaço minúsculo, meu coração disparou, e, virando-me, eu sussurrei, "Antônio, não quero pensar em mais nada agora, na frente do Otávio, só não queria que ele entendesse errado."

Antônio olhou para baixo, em direção a mim, sua respiração bagunçando meus cabelos, "Elvira, sei que você está preocupada com a Estela, mas já pensou se a Estela quiser um pai?"

Ele ergueu meu queixo com uma mão, fazendo-me olhar em seus olhos sérios, "Não sei por que, mas depois dessa viagem ao Brasil, sinto que devo recuperar tudo que era meu. Fui expulso daqui pelo meu pai, Otávio me forçou a casar no exterior, mas agora as coisas mudaram."

Ele sorriu, "Agora sou forte o suficiente para me proteger e proteger você. Acho que finalmente mereço lutar por você, mas não é só por desejo próprio."

Ele chamou meu nome seriamente, perguntando, "Elvira, não está cansada de lutar sozinha?"

Eu baixei os olhos, ponderando as palavras de Antônio. Estava cansada?

Claro que sim.

Depois de ir para o exterior, minha saúde piorou, Estela nasceu prematura, quase morri no parto, o centro de maternidade que Nana encontrou não serviu para nada, passei todo o resguardo ao lado do berço aquecido da Estela.

Pensava que tudo melhoraria, mas então Estela começou a mostrar sinais de autismo. Hugo, ao me fazer ter um filho para Otávio, jurava, "Isso definitivamente não é hereditário!"

Antônio e eu estávamos num estacionamento vazio, o clima pesado.

A respiração de Antônio estava baixa, quase imperceptível, levantei minha mão para ajeitar os fios de cabelo em sua testa e sussurrei, "Se você conseguir fazer Estela aceitar você."

Os olhos de Antônio de repente se iluminaram, como se uma brisa noturna tivesse dispersado as nuvens, revelando um céu estrelado. No segundo seguinte, senti um par de mãos fortes me segurando pela cintura, e o mundo começou a girar diante dos meus olhos.

Antônio me levantou no ar, girando comigo nos braços. Eu, que queria protestar, acabei mordendo meu lábio inferior com força.

Quantas vezes eu tinha visto Otávio levantando Sófia assim, brincando nos terrenos da Vila Oceano Luxo. Agora, Antônio me tratava como uma criança também.

Uma sensação agridoce tomou conta de mim. Quanto tempo levaria para que as feridas do passado cicatrizassem?

Cicatrizassem a ponto de, mesmo lembrando, não provocarem mais nenhuma onda no coração.

À distância, Otávio tirou um cigarro do bolso, acendeu e deu uma profunda tragada, para depois jogá-lo no chão e apagá-lo com a ponta do sapato.

Ele pegou o celular e ligou para Sra. Tereza, "Verifique se Elvira e Antônio têm um filho, por favor?"